Outro ponto ressaltado pelo médico é a importância de um cuidado integral e multidisciplinar. “A abordagem da endometriose exige uma equipe composta por enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. Mudanças no estilo de vida, alimentação balanceada e prática regular de atividade física também são fundamentais para o controle dos sintomas”, conclui Claudemiro Neto.
Endometriose: doença silenciosa que afeta milhões de mulheres
Por assessoria
A endometriose é uma condição ginecológica crônica que afeta mulheres em idade reprodutiva e, apesar da alta incidência, ainda é cercada de dúvidas e diagnósticos tardios. Silenciosa, mas, contraditoriamente, dolorosa, pode causar sérias dificuldades no dia a dia de quem não recebe diagnóstico precoce e tratamento adequado. De acordo com o Ministério de Saúde, a estimativa é de que uma a cada 10 mulheres sofra com os sintomas da doença e desconheça a sua existência.
A enfermidade é caracterizada pela presença de células do endométrio, tecido que reveste o interior do útero fora da cavidade uterina. Essas células podem se alojar em diversos órgãos como intestino, bexiga, ovários, trompas e até o apêndice, causando um quadro clínico variado e muitas vezes debilitante. “É sempre preciso falar de endometriose, uma doença ginecológica, inflamatória, crônica e benigna, que lidamos com muita frequência nos consultórios e centros cirúrgicos”, afirma Claudemiro Neto, cirurgião oncológico da Santa Casa de Maceió.
Os sintomas mais comuns incluem dores intensas durante o período menstrual, relações sexuais dolorosas, desconforto ao urinar e evacuar (mesmo na ausência de infecções), além da infertilidade, que acomete de 30 a 50% das pacientes.
“Esses sinais levantam a suspeita clínica e nos levam a uma investigação com exames de imagem específicos, como a ressonância magnética e a ultrassonografia voltada para a endometriose profunda. Mas não existe uma receita de bolo. Cada paciente deve ser tratada de forma personalizada. Embora a cirurgia não seja sempre necessária, quando indicada, a preferência é por abordagens minimamente invasivas. Atualmente, na Santa Casa de Maceió, contamos com a cirurgia robótica que oferece mais precisão, visão em 3D, menor risco de complicações e recuperação mais rápida da paciente”, destaca o especialista.
Referente à fertilidade, o cirurgião explica que mulheres submetidas a cirurgias bem indicadas e realizadas adequadamente têm maiores chances de engravidar naturalmente. Isso porque o procedimento consiste na remoção cuidadosa de todos os focos da doença, preservando os órgãos afetados.