INSS: advogados e delegado são investigados por golpe de R$ 16 milhões
Metropoles
Em menos de 48 horas, a Polícia Federal expôs dois esquemas distintos que revelam a fragilidade do sistema de benefícios sociais no Brasil. Nesta quinta-feira (24/4), a corporação deflagrou a Operação Cessatio, com foco na fraude do Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas) em favor de venezuelanos que não residem no Brasil. A estimativa é que o prejuízo aos cofres públicos tenha alcançado R$ 16 milhões.
De acordo com as investigações, advogados e agenciadores operavam esquema de falsificação de documentos e manipulação de cadastros oficiais para garantir o recebimento do benefício assistencial, voltado a pessoas idosas em situação de vulnerabilidade.
O golpe consistia em atrair idosos na Venezuela, trazê-los até Roraima para formalizar o pedido com dados fraudados e, em muitos casos, fazer com que retornassem ao país de origem mesmo após o início dos pagamentos.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, atingindo sete escritórios de advocacia e oito investigados. Entre os alvos, está um delegado aposentado da Polícia Civil, suspeito de ter facilitado centenas de concessões irregulares.
Esta é a sexta operação da PF em Roraima que foca fraudes no BPC, e mais uma a evidenciar a exploração de imigrantes em situação de vulnerabilidade por redes organizadas. A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos envolvidos e suspendeu a atuação econômica de alguns dos investigados.
Rombo de R$ 6,3 bilhões
A ação ocorreu um dia após a deflagração de uma megaoperação de escala nacional, que mirou outra modalidade de golpe envolvendo o INSS. Nessa quarta-feira (23/4), a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) fizeram uma ofensiva contra descontos indevidos em aposentadorias e pensões, que teriam sido realizados por associações de fachada, sem autorização dos beneficiários.