Caos em 'Vale Tudo' começou com problemas na direção e atores 'mandões'
Splash UOL
O caos nos bastidores de "Vale Tudo" não se restringe à falta de entrosamento entre Bella Campos e Cauã Reymond: diretores omissos e sem pulso firme abriram espaço para que a situação fugisse do controle e causasse incômodos em outros profissionais que trabalham na atual novela das nove da Globo.
A falta de controle da equipe liderada por Paulo Silvestrini abriu margem para que atores veteranos e até mesmo cinegrafistas assumissem a função de dirigir algumas cenas, provocando uma série de desconfortos.
Embora Silvestrini seja o grande nome por trás das câmeras, ele tem uma equipe com outros seis profissionais de sua confiança, responsáveis pelo dia a dia nos sets.
Logo abaixo dele está seu "braço direito", Cristiano Marques, que ocupa o posto de diretor-geral, e que conta com mais cinco diretores para a condução de todas as cenas.
Splash conversou com diferentes profissionais de "Vale Tudo", e todos disseram a mesma coisa: a direção parece entregue às vontades e decisões de alguns veteranos do elenco. São estes atores os responsáveis por definirem marcações, as entonações que dão às cenas mais fortes de seus personagens e até mesmo palpitam no enquadramento de câmeras. Funções estas que deveriam caber exclusivamente a quem dirige, e não a quem atua.
Além do caso de Cauã Reymond, outros atores também têm atravessado alguns limites. O intérprete de César é conhecido internamente por palpitar bastante nas escolhas da direção e até mesmo nas avaliações da qualidade cênica de alguns colegas. Há quem diga que é por omissão dos diretores.
Julio Andrade, intérprete de Rubinho, é outro que também tem feito isso com frequência. Uma fonte de Splash que acompanhou a gravação da morte de seu personagem, exibida no capítulo de terça-feira, relatou que o veterano parou o set algumas vezes para ver se as cenas captadas estavam de seu agrado.
No hospital, após passar mal dentro do avião que o levaria a Nova York, Rubinho tem uma parada cardíaca e morre. Raquel fica devastada. Esta cena em especial foi interrompida por diversas vezes pelo ator, que tinha uma ideia fixa de como queria que fosse gravada. Tais não atravessou e não palpitou em nada, apenas validou alguns apontamentos do colega. As coisas só fluíram por completo quando Paulo Silvestrini chegou no set e o desfecho do pianista foi concluído.
A diferença entre o caso de Julio Andrade e o de Cauã Reymond, segundo nossas fontes, é a postura. A abordagem do intérprete de Rubinho sempre foi muito respeitosa, nada impositiva, e ele sempre buscou a opinião dos demais.
Outra situação relatada à reportagem foi de uma cena com Carolina Dieckmann e João Vicente de Castro, intérpretes de Leila e Renato, gravada em um restaurante. Quem acompanhou disse que foi uma bagunça, e que as tomadas só foram concluídas após os dois atores validarem o trabalho.
"Uma zona completa, e o ambiente descontraído demais. O diretor parecia não ter voz, não era ouvido pelos atores e parecia ter medo de estar dirigindo os dois. Os diretores estão tão inseguros que perguntam a todo momento aos atores se eles estão confortáveis com as marcações que eles sugerem e depois questionam se eles ficaram satisfeitos com o que foi gravado", relato de uma fonte a Splash.