Trump acredita que iPhone poderia ser produzido nos EUA
UOL
Com a alta dependência da Apple das importações chinesas, sujeitas à tarifa mais alta de Trump, 125%, a Casa Branca afirmou anteontem que os iPhones poderiam ser produzidos nos EUA.
A declaração foi dada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. Ao ser questionada se Trump acredita que iPhones poderiam ser produzidos nos EUA, Leavitt afirmou que sim. "Ele acredita que temos a mão de obra, nós temos a força de trabalho e nós temos os recursos para fazer isso".
A Apple fez um grande investimento no país recentemente, o que pode ser um sinal de que a empresa acredita na produção em terras norte-americanas, segundo a Casa Branca. "A Apple investiu US$ 500 bilhões aqui nos Estados Unidos, então se a Apple não pensa que os Estados Unidos podem fazer isso, provavelmente não teria investido aquela grande quantia de dinheiro".
Entretanto, Steve Jobs já afirmou no passado que precisaria de 30 mil engenheiros para produzir os iPhones nos EUA, o que o país não tem. Conforme apontou o The Verge, o empresário descreve o problema em sua biografia, escrita por Walter Isaacson. Nela são relatadas reuniões entre o então CEO da Apple e o presidente Barack Obama em 2010 e 2011. À época, a empresa tinha 700 mil trabalhadores de fábrica na China.
O sucessor de Jobs, Tim Cook, também descreveu o problema em 2017, durante o evento Global Forum da revista Fortune. Ele apontou que a China deixou de ser um país de baixo custo de mão de obra, mas sim um local com uma grande quantidade de trabalhadores qualificados.
A grande diferença está na qualificação técnica e na quantidade de profissionais especializados concentrados em um único lugar. Os produtos que fazemos exigem ferramentas de altíssima precisão e um nível de acabamento extremamente avançado. A habilidade para trabalhar com esse tipo de material e tecnologia é algo que a China desenvolveu profundamente. Tim Cook
Apple 'dribla' tarifas importando da Índia
A Apple transportou 600 toneladas de iPhones (ou cerca de 1,5 milhão de unidades) da Índia para os Estados Unidos, segundo fontes da Reuters. O objetivo seria reforçar o estoque dos smartphones no mercado norte-americano para contornar as tarifas impostas por Trump contra a China.
Enquanto as tarifas de importação de produtos vindos da China é de 125%, da Índia é de 26%. Além disso, a Índia faz parte da lista de países que teve as tarifas pausadas por 90 dias.