Dono da Dolly é condenado a mais de 16 anos de prisão

16 de março de 2025 às 08:20
DOLLYNHO NÃO TÃO SEU AMIGUINHO

Foto: reprodução

Por redação com O Antagonista

O empresário Laerte Codonho, dono da fabricante de refrigerantes Dolly, foi condenado pela Justiça de São Paulo a 16 anos e dois meses de prisão por crimes ambientais, corrupção de policiais e falsificação de documentos. 

A decisão, assinada pelo juiz Djalma Moreira Gomes Junior, da Comarca de Itapecerica da Serra, foi publicada na última quinta-feira, 13.

Codonho deverá cumprir 11 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado e mais quatro anos e dez meses de detenção em regime semiaberto. 

Além da pena de prisão, foi condenado a pagar cerca de R$ 570 mil em multas. Outras sete pessoas também foram sentenciadas no caso. Ainda cabe recurso.

Desmatamento e propina

A condenação decorre de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo em 2019. 

Segundo a promotoria, Codonho e seus colaboradores desmataram mais de cinco hectares de área preservada em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, entre 2014 e 2016, sem licença ambiental. O objetivo era explorar comercialmente a extração e o envase de água mineral.

Além do crime ambiental, o empresário foi acusado de pagar propina a policiais civis e ao então diretor de obras do município para evitar sanções pelo desmatamento irregular.

Em sua sentença, o juiz afirmou que Codonho era o líder do esquema criminoso e que seus subordinados seguiam suas ordens. 

“Diante da sua condição de ‘cabeça’ do esquema, sua culpabilidade é mais exacerbada que a dos demais acusados, pois detinha o controle final dos atos e poderia, com um simples comando, cessar todas as condutas criminosas”, escreveu o magistrado.

Defesa nega acusações

O empresário nega as acusações e afirma que a sentença será anulada. “Essa decisão é tão absurda que vai ser toda anulada”, disse à Folha de S.Paulo. 

Ele também contesta a acusação de corrupção e afirma que seu celular foi periciado pelo Ministério Público e que não há provas contra ele.

Sobre o crime ambiental, Codonho afirma que, ao comprar o terreno, havia permissão para construir um galpão na área desmatada.

Codonho já havia sido preso em 2018, durante as investigações sobre o esquema. A defesa informou que irá recorrer da decisão.