EUA e Colômbia fecham acordo; Trump mantém parte de sanções
UOL
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou, na noite deste domingo (26), que aceitou todos os termos propostos por Donald Trump em relação aos estrangeiros colombianos ilegais nos Estados Unidos.
O que aconteceu
Petro concorda com repatriação de todos os colombianos ilegais nos EUA. No acordo fechado entre os dois países está a clausura de "aceitação irrestrita de todos os estrangeiros ilegais da Colômbia que retornarem dos Estados Unidos, inclusive em aeronaves militares dos EUA, sem limitação ou atraso", de acordo com o comunicado da Casa Branca.
Retaliação dos EUA sobre os vistos continua. As sanções de visto emitidas pelo Departamento de Estado e as inspeções reforçadas da Alfândega e Proteção de Fronteiras permanecerão em vigor até que o primeiro carregamento de aviões de deportados colombianos seja devolvido com sucesso, de acordo com o anuncio da pela porta-voz de Washington, D.C, Karoline Leavitt.
Taxação dos EUA serão adotadas se o governo colombiano não cumprir acordo. As tarifas e sanções da IEEPA totalmente elaboradas serão mantidas em reserva e não serão assinadas, a menos que a Colômbia não honre esse acordo.
Autoridades da Colômbia vão para os Estados Unidos se reunir com o governo Trump. Chanceler e embaixador colombianos irão para Washington para dialogar sobre os acordos firmados entre os dois governos.
Colômbia se prepara para receber deportados. Segundo o chanceler de Gustavo Petro, "continuaremos recebendo os colombianos que retornam como deportados, garantindo-lhes condições dignas, como cidadãos sujeitos de direitos", o avião oficial está "pronto para facilitar o retorno dos que chegariam ao país".
Colômbia reafirma compromisso com diálogo. "Serão mantidos os canais diplomáticos de diálogo para garantir os direitos, o interesse nacional e a dignidade dos nossos cidadãos", diz a nota emitida pelo governo de Gustavo Petro.
Petro compartilha comunicado dos EUA e apaga. O presidente da Colômbia replicou no X (antigo Twitter) a declaração da Casa Branca sobre o acordo entre os dois países feita pela porta-voz de Washington, D.C, Karoline Leavitt, entretanto, apagou após alguns minutos.
Petro rebate Trump
Presidente colombiano anunciou que taxaria todos os produtos dos Estados Unidos que entrarem no território do país. A manifestação, feita no domingo (26), foi uma resposta ao governo de Donald Trump, que impôs tarifas sobre os bens do país sul-americano depois que Petro anunciou que não iria receber voos com deportados diante do tratamento que os imigrantes estão recebendo.
Mais cedo Petro disse ter sido informado que os EUA impuseram uma tarifa de 50% sobre "o fruto do nosso trabalho humano". "Eu faço o mesmo. Que nosso povo plante o milho que foi descoberto na Colômbia e alimente o mundo", escreveu o presidente no X.
"Resisto a você", escreveu Petro. Afirmando ser teimoso, o líder colombiano escreveu que os bloqueios impostos pelo republicano não o assustam porque "a Colômbia, além de ser o país da beleza, é o coração do mundo". "A Colômbia está aberta ao mundo todo a partir de hoje, de braços abertos, somos construtores de liberdade, vida e humanidade", acrescentou.
A resposta do colombiano foi publicada após os EUA anunciarem as tarifas. O governo Trump ainda disse que irá suspender a emissão de vistos para colombianos, vetar a entrada de membros do partido no poder em Bogotá nos Estados Unidos. As ações são as mais duras já tomadas desde o início de seu governo.
Entenda
O novo presidente dos EUA ainda revogou vistos de funcionários colombianos. Trump também alertou que, se Petro não mudar de ideia, as sanções serão ainda maiores nos próximos dias. As novas taxas serão de 25% e, caso o colombiano siga com a decisão, os impostos subirão para 50%.
A ação ocorre num momento em que o governo do México vetou um voo e o Brasil denunciou violações por parte dos americanos. As medidas de Trump deixaram diplomatas em toda a região chocados com o comportamento do presidente americano e estão sendo vistas como um alerta ao Brasil e outros países da região.
A deportação em massa era uma das principais bandeiras da campanha de Trump. Em sua primeira semana, ele anunciou o envio de mais de 500 estrangeiros aos seus países de origem, além do destacamento de tropas para as fronteiras.
Na manhã de domingo, Petro disse que não aceitaria a chegada de um voo com 160 pessoas. Horas depois, o serviço diplomático dos EUA, liderado por Marco Rubio, filho de imigrantes, informou que estava suspendendo a emissão de vistos na embaixada em Bogotá. A interrupção ocorre sem previsão de um retorno dos serviços.
O presidente Trump acrescentou que serão impostas sanções ao Tesouro e ao setor bancário da Colômbia e disse que esse é o "começo" de mais medidas. "Não permitiremos que o governo colombiano viole suas obrigações legais em relação à aceitação e devolução de criminosos" que entraram nos EUA, disse o presidente.
Acabo de ser informado de que dois voos de repatriação dos Estados Unidos, com um grande número de criminosos ilegais, não foram autorizados a aterrissar na Colômbia. Essa ordem foi dada pelo presidente socialista da Colômbia, Gustavo Petro, que já é muito impopular entre seu povo. A negação desses voos por Petro colocou em risco a segurança nacional e a segurança pública dos Estados Unidos.
Donald Trump
Instantes depois, foi a vez de Petro responder. Nas redes sociais, ele alertou que existem 15,6 mil americanos estabelecidos na Colômbia de forma irregular e que precisarão se apresentar aos serviços de imigração.