O que é o 'Escudo Bolivariano' da Venezuela que fechou fronteira em Roraima
UOL
A Venezuela realizou nesta semana um exercício militar, chamado de "Escudo Bolivariano", e fechou a fronteira com o Brasil, na região de Roraima —a passagem foi reaberta na quinta.
O que é o "Escudo Bolivariano"?
Trata-se do exercício militar convocado por Nicolás Maduro. Este foi o primeiro do tipo em 2025 e, de acordo com o presidente venezuelano, teria o intuito de "garantir o respeito à Venezuela por parte de grupos que geram violência, de terroristas armados da Colômbia (...) e de todas as pessoas que ameaçam e tentam atacar a Venezuela".
Cerca de 150 mil militares e policiais participaram dos treinamentos. Maduro ainda liderou outro treinamento de tropas com a presença de "7.267 combatentes leais, socialistas, anti-imperialistas e profundamente chavistas" em Fuerte Tiuna, em Caracas. Este é o maior complexo militar da Venezuela.
Os exercícios coincidem com a escalada de violência na Colômbia. Confrontos entre guerrilheiros deixaram 100 mortos e 32 mil deslocados; centenas fugiram para a Venezuela e, por isso, Maduro diz que teria pedido mais segurança na fronteira.

Tensões com Colômbia e Brasil
A Venezuela já havia fechado a sua fronteira com a Colômbia entre 10 e 13 de janeiro. O motivo alegado foi uma "conspiração internacional para perturbar a paz dos venezuelanos" horas antes da posse do presidente Nicolás Maduro para seu terceiro mandato consecutivo.
Na mesma época, os venezuelanos também fecharam a fronteira do país com o Brasil, próximo a Roraima. Tanto Brasil quanto Colômbia não reconheceram a vitória de Maduro nas eleições venezuelanas depois que Maduro se recusou a tornar públicas as atas eleitorais. Lula e ministros não compareceram à posse de Maduro, apenas a embaixadora em Caracas, Gilvânia de Oliveira. O pleito foi considerado fraudulento por membros da OEA.
No dia 16, o presidente colombiano Gustavo Petro pediu que Maduro liberte manifestantes opositores presos durante as eleições. Dias antes, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe havia pedido uma intervenção militar na Venezuela, com apoio da Organização das Nações Unidas, para que Maduro fosse retirado do poder. Na terça (21), Uribe foi declarado "inimigo público" do país pelo Parlamento venezuelano.