MPAL denuncia sargento da PM por feminicídio de feirante em Palmeira dos Índios

16 de janeiro de 2025 às 15:11
CRIME

Foto: reprodução

Por redação

O Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, denunciou um sargento da Polícia Militar pelo feminicídio de Solange da Silva, de 44 anos. A vítima foi encontrada morta em um hotel no município de Palmeira dos Índios, Agreste do estado, na noite de 20 de novembro de 2024.

De acordo com o MPAL, o militar inicialmente alegou que a feirante havia cometido suicídio. No entanto, a investigação derrubou essa versão. Um mandado de prisão foi expedido, e o sargento, preso desde 25 de dezembro de 2024, encontra-se detido no Presídio Militar Major João Kyllderis Cardoso Moreira, em Maceió.

Laudo aponta feminicídio
O Instituto de Criminalística descartou a hipótese de suicídio, indicando que não havia arma no local e que as características do disparo não eram compatíveis com autolesão. Além disso, o laudo apontou a ausência de manchas de sangue típicas de suicídio, como backspatter, concluindo que a morte foi causada por disparos efetuados por terceiros.

A denúncia apresentada pelo promotor Márcio Dória enquadra o sargento nas penas do artigo 121-A do Código Penal, que trata de feminicídio. “O laudo da Polícia Científica afastou qualquer possibilidade de sustentação da versão do suspeito, caracterizando que os disparos foram desferidos por terceiros. O suspeito era quem estava com a vítima no momento do fato”, afirmou o promotor.

Motivação e pedido de indenização
Segundo o Ministério Público, o crime teria sido motivado por ciúmes no contexto de um relacionamento amoroso entre o acusado e a vítima. A Promotoria também solicitou que o sargento seja submetido a júri popular e pediu sua condenação à pena máxima de 40 anos de prisão. Além disso, requereu a fixação de uma indenização mínima de 100 salários mínimos à família de Solange da Silva.

O caso, que chocou a comunidade local, é mais um exemplo de feminicídio cometido no âmbito da violência doméstica, destacando a necessidade de rigor na aplicação da lei para garantir justiça às vítimas e suas famílias.