Coordenação Quilombola denuncia assédio e ameaças em curso de Pedagogia

16 de dezembro de 2024 às 10:17
Alagoas

Foto: Ilustração

Redação

A coordenação feminina das Dandaras e a juventude quilombola de Alagoas denunciaram, em nota, uma série de atos de violência, intimidação e perseguição que têm ocorrido no curso de Pedagogia Escolar Quilombola (Parfor/Equidade) da UNEAL, campus União dos Palmares. As denúncias apontam para um clima de medo e insegurança no ambiente acadêmico, com alunas evitando frequentar as aulas e a coordenadora do curso sofrendo constantes pressões.

Segundo o relato, a liderança Maria das Dores, do quilombo Muquém, estaria utilizando sua posição para intimidar e coagir a coordenadora do curso e as estudantes. "Essas práticas são incompatíveis com os princípios de luta, resistência e unidade que norteiam o movimento quilombola", diz a nota.

A coordenação quilombola teme que esses conflitos internos comprometam a continuidade do curso e a formação de jovens quilombolas. "É inadmissível que interesses individuais de lideranças se sobreponham ao objetivo maior da educação quilombola, que é a formação e emancipação da juventude quilombola", afirma o documento.

Diante da gravidade da situação, a coordenação feminina das Dandaras e a juventude quilombola de Alagoas cobram uma ação imediata de diversas instituições, como a CONAQ, a Fundação Cultural Palmares, o Movimento Negro e demais lideranças quilombolas. "A proteção deste projeto não é apenas uma obrigação institucional, mas também uma responsabilidade histórica do movimento quilombola e das instituições culturais e educacionais que o apoiam", destaca a nota.

A reportagem tenta contato com os envolvidos no caso.