No G20, Lula critica gestão Bolsonaro e promete tirar país do mapa da fome

18 de novembro de 2024 às 15:06
Brasil

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UOL

O presidente Lula (PT) criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no discurso de abertura da Cúpula de Líderes do G20 nesta segunda-feira (18), no Rio. Ele citou que o Brasil voltou ao mapa da fome das Nações Unidas na gestão passada e afirmou que vai retirar o país dessa condição até 2026.

O presidente disse que a fome é produto de decisões políticas. Ele afirmou que a persistência do problema é "inaceitável" diante dos gastos militares globais, que chegam a U$ 2,4 trilhões (cerca de R$ 13,8 trilhões no câmbio atual), e que a fome é "inadmissível" tendo em vista a quantidade de alimentos produzida pelo mundo

O Brasil lançou no G20 a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa já confirmou, até segunda (18), a adesão de 82 países, e o governo brasileiro espera novos apoios até o fim do evento. Todos os países membros do G20 adeririam — a Argentina havia ficado de fora inicialmente, mas anunciou sua entrada na iniciativa no início da tarde de hoje.

A aliança é focada na expansão de programas sociais. Com a entrada no pacto, os países se comprometem a adotar medidas internas contra a fome e pobreza ou a financiar iniciativas nesse sentido em outras regiões. No caso de países em desenvolvimento, a principal providência será a criação ou ampliação de programas de transferência de renda e medidas similares.

Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual votamos em 2022 em um contexto de desarticulação do Estado de Bem-Estar Social. Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e onze meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24 milhões e meio de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente, sairemos do mapa da fome
Presidente Lula (PT), em discurso na abertura do G20

Cúpula segue até amanhã

A Cúpula de Líderes do G20 ocorre hoje (18) e amanhã (19). Além dos membros plenos do grupo (19 países mais a União Europeia e a União Africana), são esperados representantes de 55 outros países ou entidades. Os encontros da cúpula vão tratar de três temas essenciais: inclusão social e luta contra a fome e a pobreza; reforma da governança global; e transição energética e desenvolvimento sustentável.

O G20 representa dois terços da população mundial e cerca de 85% do PIB global. Os 19 países integrantes são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.