Cinco policiais a júri por morte de servente de pedreiro em Maceió; um dos réus alega simulação de prisão
Redação
Maceió viveu nesta quarta-feira (13) um dia tenso com o início do julgamento de cinco policiais militares acusados pela morte do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva. O crime, ocorrido em outubro de 2020, chocou a população alagoana e mobilizou familiares e amigos da vítima em busca de justiça.
O caso teve início após uma abordagem policial na Grota do Cigano, no bairro do Jacintinho, em Maceió. Desde então, Jonas desapareceu sem deixar rastros. Durante o julgamento, um dos réus, identificado como soldado Felipe, surpreendeu ao afirmar que a vítima teria sido colocada na viatura policial para simular uma prisão, com o objetivo de protegê-lo de traficantes locais.
"Neste momento, o soldado Felipe está depondo. Ele nega autoria de assassinato e afirma que saíram para um patrulhamento de tráfico de drogas na Grota do Cigano, em um beco onde estaria sendo comercializada a droga. Que a guarnição voltou para a viatura com a vítima, afirmando que ele iria colaborar com a polícia passando informações. O soldado Felipe era o motorista e aguardou o retorno da guarnição na viatura. Ele reafirma que Jonas não foi detido, que foi colocado na viatura para simular prisão e não ficar na mira de outros traficantes, já que ele iria colaborar com a PM e apontar os líderes do tráfico", afirmou a assessoria de comunicação do Ministério Público de Alagoas (MP-AL).
O advogado Arthur Lira, que representa a família de Jonas, mostrou-se confiante em uma condenação dos policiais. "Toda instrução processual realizada aponta para a condenação. Tivemos diversas audiências, ouvimos testemunhas de acusação, defesa, interrogatório dos réus, mas, sobretudo, temos as provas técnicas produzidas", afirmou.
A expectativa é que o julgamento seja encerrado até o final desta quinta-feira (14). A família de Jonas e a sociedade alagoana aguardam com ansiedade o veredito, na esperança de que a justiça seja feita e que o caso sirva de alerta para a necessidade de combate à violência policial e à impunidade.