Namorada de empresário assassinado em Guarulhos relata últimos dias em Maceió

13 de novembro de 2024 às 09:54
Polícia

Foto: Reprodução

Redação com Agências

Maria Helena Paiva Antunes, de 29 anos, namorada do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo na última sexta-feira (8), prestou depoimento à Polícia Civil e descreveu os últimos momentos que passou ao lado dele. Durante o relato, ela contou sobre as ameaças de morte que Gritzbach vinha recebendo e sobre um encontro perturbador em Alagoas.

Segundo Maria Helena, o casal passou dias em Maceió (AL), a convite dela, antes de retornarem a São Paulo. Durante um jantar em São Miguel dos Milagres, Gritzbach teria avistado um homem com traços semelhantes ao de um dos indivíduos que o ameaçavam. “Ele disse que era muito parecido, mas não tinha certeza, porque o homem que o ameaçava fumava excessivamente, e esse não estava fumando”, relatou.

Gritzbach, que teria sido alvo de ameaças por mensagens eletrônicas, estava sendo jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) devido a envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro. No depoimento, Maria Helena também mencionou uma ligação entre Gritzbach e duas pessoas, o policial militar Samuel Tillvitz da Luz e o motorista Danilo Lima Silva, que teriam ido a Maceió para buscar joias destinadas ao pagamento de uma dívida do empresário. As joias estavam com ele no momento do ataque e foram entregues ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) após o crime.

O ataque em Guarulhos

Na sexta-feira em que ocorreu o assassinato, Samuel Tillvitz chegou ao aeroporto de Maceió antes do casal e despachou sua arma. Eles seguiram juntos para o aeroporto de Guarulhos, onde policiais militares aguardavam para garantir a segurança particular de Gritzbach. Ao desembarcarem, o empresário recebeu uma ligação informando que o veículo Volkswagen Amarok, que faria sua escolta, apresentava problemas mecânicos. Apenas um dos policiais foi buscar o empresário com outro carro, enquanto os demais ficaram no posto de combustíveis.

Maria Helena relatou que o Amarok era blindado com nível de proteção 5, capaz de suportar tiros de fuzil, enquanto a Trailblazer que os aguardava no terminal 2 tinha blindagem nível 3, mais vulnerável. O empresário, no entanto, não teve tempo de embarcar; foi alvejado com mais de 20 tiros, dos quais dez o atingiram, inclusive dois no rosto. Outro veículo, que foi encontrado abandonado próximo ao aeroporto, foi utilizado pelos executores para a fuga.

No dia seguinte ao assassinato, a Polícia Militar localizou, na rua Guilherme Lino dos Santos, um fuzil AK-47 e uma pistola, que teriam sido usadas na execução, após denúncia anônima. Maria Helena, que presenciou os tiros e viu Gritzbach cair, disse que fugiu para o lado oposto, em busca de segurança.

O caso segue sob investigação e quatro policiais militares responsáveis pela segurança do empresário foram afastados de suas funções e são investigados. Segundo os relatos iniciais dos policiais, a caminhonete em que estavam apresentou problemas mecânicos, e apenas um deles conseguiu se dirigir ao local da execução. O advogado do PM Samuel Tillvitz, Guilherme Flauzino, afirmou que a defesa busca “descobrir a verdade e achar os verdadeiros culpados dessa situação.”

Além de Gritzbach, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também perdeu a vida no ataque, atingido pelos disparos.