Projeto que visa acabar com a jornada 6x1 ganha força e divide opiniões
Redação
A proposta de lei que busca pôr fim à jornada de trabalho de seis dias por semana e um dia de descanso, conhecida como escala 6x1, tem gerado grande debate no Congresso Nacional e mobilizado diversas categorias profissionais. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) é a autora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que, se aprovada, alteraria a legislação trabalhista brasileira.
A proposta, que já conta com o apoio de diversos deputados, entre eles, quatro alagoanos, defende a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, mantendo o limite de oito horas diárias. Segundo a parlamentar, a escala 6x1 é prejudicial à saúde física e mental dos trabalhadores, além de comprometer a vida familiar e social.
A luta contra a jornada 6x1 ganhou ainda mais força com o relato de trabalhadores que enfrentam as dificuldades da escala extenuante no dia a dia. Lucas Dionísio, que atua em um shopping na capital, conta que a jornada exaustiva o impede de ter tempo para cuidar da família e de suas próprias atividades. “Chego em casa cansado e sem disposição para nada. Essa jornada é insustentável”, desabafa.
Já Darley Silva, que trabalha em um escritório na parte baixa da cidade, destaca o impacto da escala 6x1 na sua saúde mental. “A pressão para dar conta de tudo é enorme. Sinto-me esgotada física e emocionalmente”, relata.
O outro lado da moeda
Apesar do grande apoio à proposta, a jornada 6x1 também tem seus defensores. Representantes de algumas empresas argumentam que a flexibilidade da escala é fundamental para garantir a produtividade e atender às demandas dos clientes. Segundo eles, a redução da jornada poderia gerar prejuízos econômicos e levar à perda de empregos.
A proposta de lei que visa acabar com a jornada 6x1 ainda enfrenta um longo caminho até ser aprovada. A discussão envolve diversos aspectos, como o impacto na economia, a relação entre empregadores e empregados e a necessidade de garantir direitos trabalhistas.
Especialistas em direito do trabalho e em saúde ocupacional defendem que a jornada 6x1 precisa ser repensada, pois os impactos negativos para a saúde dos trabalhadores são cada vez mais evidentes. Por outro lado, economistas alertam para os riscos de uma redução generalizada da jornada de trabalho.