Situação no norte de Gaza é “apocalíptica”, alertam líderes da ONU

02 de novembro de 2024 às 08:35
Mundo

Crianças palestinas desalojadas em carroça durante retirada de regiões do norte de Gaza após ordem de retirada da região • 06/10/2024 REUTERS/Hussam Al-Zaanin

CNN Brasil

A situação no norte de Gaza é “apocalíptica”, alertou um grupo de 15 chefes das Nações Unidas nesta sexta-feira (1º).

Uma carta assinada por líderes de organizações da ONU, incluindo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que “toda a população palestina no norte de Gaza está em risco iminente de morrer de doenças, fome e violência”.

norte de Gaza está sob cerco do exército israelense há quase um mês. Centenas de pessoas foram mortas, hospitais foram atingidos e escolas que abrigam famílias deslocadas foram atacadas.

As pessoas estão desesperadas por comida porque “o gado também está morrendo, as terras de cultivo foram destruídas, as árvores queimadas até a raiz e a infraestrutura dos sistemas agroalimentares foi dizimada”, afirmou a carta.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que lançaram operações após detectar membros do Hamas na área, no início de outubro.  

Também afirmaram que estão “fazendo todo o possível para evitar causar danos a civis não envolvidos”.

Os líderes da ONU pediram a Israel que “cessasse seu ataque a Gaza e as forças humanitárias que tentam ajudar”, acrescentando que a área foi “negada de ajuda básica e suprimentos vitais enquanto o bombardeio e outros ataques continuam”.

“O direito internacional humanitário, incluindo as regras de distinção, proporcionalidade e precauções, deve ser respeitado”, dizia a carta. 

As obrigações do direito internacional humanitário “não dependem de reciprocidade. Nenhuma violação por uma parte libera a outra de suas obrigações legais”, dizia.

Entenda o conflito na Faixa de Gaza

Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.

O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.

Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.

Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertos.