Crise na Saúde de Alagoas: Demissões em massa em hospitais públicos ameaçam atendimento à população

01 de novembro de 2024 às 15:39
Alagoas

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Redação

O sistema de saúde de Alagoas vive uma grave crise. O Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) denunciou que mais de 390 profissionais de saúde contratados em regime precarizado nas unidades da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) serão demitidos. A medida, anunciada pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PL), afetará diretamente o atendimento em hospitais de referência como a Maternidade Escola Santa Mônica, o Hospital Escola Helvio Auto e o Hospital Portugal Ramalho.

A dispensa em massa desses profissionais, que compõem boa parte das equipes médicas dessas instituições, trará consequências drásticas para a população alagoana. O Hospital Hélvio Auto, por exemplo, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, perderá 38 dos seus 60 leitos, comprometendo significativamente a capacidade de atendimento a pacientes com Covid-19 e outras doenças infecciosas.

Já a Maternidade Escola Santa Mônica, especializada em gestantes de alto risco, sofrerá um corte de 50% em sua UTI e UCI, colocando em risco a vida de recém-nascidos. O Hospital Portugal Ramalho, por sua vez, corre o risco de ser fechado, deixando pacientes psiquiátricos sem assistência adequada.

Fechamento de ambulatórios agrava situação

Para completar o quadro de instabilidade no sistema de saúde alagoano, o governo estadual determinou o fechamento dos ambulatórios Denilma Bulhões e Noélia Lessa, em Maceió, para realização de obras. A medida, segundo o governo, visa garantir a continuidade do atendimento em outras unidades, mas o Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social (Sindprev/AL) questiona a necessidade do fechamento do Ambulatório Noélia Lessa, que passou por recente reforma.

O deputado Cabo Bebeto classificou a decisão do governo como "de última hora, sem qualquer estudo ou cuidado com as consequências para os alagoanos". O parlamentar alerta para o risco de colapso do sistema de saúde e defende a necessidade de diálogo entre o governo e os profissionais da saúde para encontrar soluções que garantam a qualidade do atendimento à população.