Senador Rogério Carvalho cobra explicações sobre instabilidade na mina 27 da Braskem, em Maceió
A situação da mina 27 da Braskem, localizada às margens da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió, tem gerado preocupação não apenas entre os moradores da região, mas também no Senado Federal. O senador Rogério Carvalho (PT/SE), relator da CPI da Braskem, demonstrou alerta diante da possibilidade de colapso da cavidade, como ocorreu com a mina 18 no final de 2023.
Na última quarta-feira (23), o parlamentar encaminhou ao Ministério de Minas e Energia o requerimento nº 718, solicitando informações detalhadas sobre o declive identificado na mina 27. A Braskem suspendeu os trabalhos de preenchimento da cavidade no início de outubro, após constatar um desnível no solo do canteiro de operações, o que motivou o senador a pedir explicações ao órgão responsável.
“O senador Rogério Carvalho apresentou o requerimento em razão das notícias recentes sobre o desnível no solo no canteiro de operações e preenchimento da mina 27. Ele continua acompanhando ativamente os desdobramentos em Maceió”, afirmou Marcus Paulo, assessor do senador.
No documento, Rogério Carvalho solicita informações sobre o desnível no terreno, os estudos realizados pela Braskem, e o plano de fechamento da cavidade. Ele também pede a entrega de todos os relatórios e documentos relativos à movimentação atípica da mina, que estão em poder da Braskem e da Agência Nacional de Mineração (ANM).
O senador destacou a gravidade da situação, mencionando que a mina 27 está próxima da antiga Casa de Saúde José Lopes e da mina 18, que colapsou em 2023, causando um verdadeiro desastre socioambiental em Maceió. “A instabilidade do solo pode atingir não apenas os trabalhadores, mas toda a população da área. É preciso garantir segurança aos moradores”, alertou o parlamentar.
Rogério Carvalho foi relator da CPI que investigou as responsabilidades da Braskem no afundamento do solo de cinco bairros de Maceió, afetando mais de 60 mil pessoas. O relatório final da CPI concluiu que a mineradora foi responsável pelo “crime ambiental” e apontou falhas na fiscalização por parte de órgãos públicos.
O requerimento deverá ser votado e aprovado pelo Senado até esta sexta-feira, para que o Ministério de Minas e Energia possa encaminhar as respostas e garantir a transparência sobre a situação da mina 27, evitando novos desastres e protegendo a população local.