Produção de cocaína aumenta 53% e bate recorde histórico na Colômbia, diz ONU

19 de outubro de 2024 às 07:19
Mundo

Foto: Fernando Vergara/AP

AFP

A produção de cocaína na Colômbia aumentou 53% em 2023, atingindo o recorde de 2,6 mil toneladas, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado na sexta-feira (18).

O informe anual do Escritório contra a Droga e o Crime (UNODC) também registrou o número mais alto de plantações de folha de coca, que chegaram a 253 mil hectares no ano passado, 10% a mais do que em 2022.

Esses são os maiores dados documentados pela ONU desde que a organização começou a monitorar o tema, em 2001.

Em 2022, a Colômbia tinha cerca de 230 mil hectares de cultivos de folha de coca, matéria-prima da cocaína, e produzia 1.738 toneladas da droga.

A tendência à alta é registrada desde 2014, apesar da perseguição ao narcotráfico ao longo de cinco décadas, com a ajuda milionária dos Estados Unidos, o maior consumidor de cocaína do planeta.

A assinatura do acordo de paz com a então guerrilha das Farc, em 2016, tampouco conseguiu conter o boom deste entorpecente, combustível dos grupos armados que prolongam o conflito interno na Colômbia.

No poder desde 2022, o presidente de esquerda Gustavo Petro considera um "fracasso" a chamada guerra às drogas e aposta em uma abordagem mais centrada na prevenção ao consumo nas economias desenvolvidas.

Em 2023, os territórios que registraram maior aumento líquido dos cultivos foram os departamentos de Cauca e Nariño (sudoeste), redutos de dissidentes das Farc que controlam esse negócio milionário e o cotidiano de extensas áreas camponesas.

Os rebeldes impõem o terror nessa região próxima de Cali, que sediará a COP16 sobre biodiversidade a partir de segunda-feira (21).