Israel afirma ter matado o principal comandante do Jihad Islâmico na Cisjordânia

12 de outubro de 2024 às 06:52
Mundo

Área destruída por escavadeira israelense em Qabatiya, na Cisjordânia - Igor Gielow - 29.set.24/Folhapress

Folha

Exército israelense anunciou nesta sexta-feira (11) que matou o principal comandante do grupo terrorista palestino Jihad Islâmico, no campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia.

O Exército afirmou que "Mohammad Abdullah foi eliminado" na quinta-feira (10), após um avião israelense atacar o campo localizado em Tulkarem.

Outro integrante da facção morreu na operação, na qual foram recuperados rifles M-16 e coletes à prova de balas, de acordo com as Forças israelenses.

Abdullah era o sucessor de Mohamed Yaber, também conhecido como Abu Shuyaa, que morreu em um ataque israelense no fim de agosto.

O Jihad Islâmico é aliado do Hamas, e ambos os grupos lutam contra as forças israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

A violência disparou na região desde que os atentados terroristas contra Israel em 7 de outubro do ano passado.

Desde então, soldados e colonos israelenses mataram pelo menos 705 palestinos na Cisjordânia, segundo o Ministério da Saúde, com sede em Ramallah.

Funcionários de Tel Aviv afirmam que pelo menos 24 israelenses, entre civis e membros das forças de segurança, morreram em ataques perpetrados por palestinos ou em operações militares de Israel durante o mesmo período na Cisjordânia.

Forças israelenses dispararam contra um posto de observação italiano das Nações Unidas em Naqoura, no sul do Líbano, nesta sexta, ferindo dois capacetes azuis da ONU, de acordo com a Unifil. É o segundo ataque consecutivo em dois dias.

A Unifil afirmou em comunicado que este foi um "incidente sério", acrescentando que a segurança do pessoal e da propriedade da ONU deve ser garantida.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou os ataques como "intoleráveis e não devem se repetir". "Constitui uma violação do direito humanitário internacional."

O episódio foi condenado pela Itália, que falou em possíveis "crimes de guerra", e também pelos governos da França, Espanha, Irlanda e Indonésia, países que contribuem com tropas para a Força Interina da ONU no Líbano. Os Estados Unidos disseram estar "profundamente preocupados".

O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, classificou o atentado como criminoso. Ele Mikati também afirmou que discutiu com o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, os esforços para alcançar um cessar-fogo no Líbano.

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez pediu à comunidade internacional para parar de vender armas para Israel, enquanto condenava os ataques de Tel Aviv contra a força de paz da ONU no Líbano.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que Israel deveria "parar de matar pessoas inocentes" e que suas ações no Oriente Médio eram apoiadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Washington quer evitar a propagação do conflito entre Israel, Líbano e Gaza para todo o Oriente Médio e manifestou ao Estado judeu sua preocupação com a falta de ajuda humanitária no norte de Gaza, declarou nesta sexta o secretário de Estado americano.

"Continuamos trabalhando intensamente para evitar um conflito mais amplo na região", disse Blinken à imprensa no Laos, após uma cúpula regional da associação de países do Sudeste Asiático.

Funcionários das Nações Unidas expressaram preocupação de que uma ofensiva israelense e ordens de evacuação no norte de Gaza possam afetar a segunda fase da campanha de vacinação contra a poliomielite, programada para começar na próxima semana.

Jean Gough, representante especial do Unicef, também demonstrou temor e descreveu as condições como "mais complicadas" do que na primeira fase do ciclo de imunização no mês passado.

Com Reuters e AFP