População de Junqueiro sabe quem mandou matar Adriano Farias, mas medo faz lei do silêncio tomar conta da cidade

27 de setembro de 2024 às 11:18
Alagoas

Reprodução

Redação 

A cidade de Junqueiro sabe o nome e o endereço do homem, ou da mulher, que mandou matar o jovem Adriano Farias, em um crime até hoje sem resposta. Até os bancos das praças da cidade sabem quem mandou matar Adriano. Mas o clima de pavor que tomou conta de Junqueiro nos últimos meses e anos faz todos se calarem com medo ou de perseguições, ou de ameaças, ou de serem as próximas vítimas fatais.

A reportagem do AL 102 visitou o município na última quarta-feira (25) e tentou ouvir a população sobre o crime. Mas o silêncio é a única fala muda feita pelo povo. O sentimento é de insegurança e temor. Todos sabem que Adriano Farias foi morto a mando de um poderoso ou de uma poderosa da cidade, por causa das críticas e das denúncias que fazia com coragem sobre desmandos no município. Mas o terror instalado hoje em Junqueiro bloqueia os cidadãos de emitirem suas opiniões.

A autoridades policiais alagoanas já prenderam o pistoleiro que teriam apertado o gatilho no atentado contra a vida de Adriano. Mas falta apresentar uma peça central para que o crime seja definitivamente esclarecido. E esta peça é o nome do mandante, ou da mandante, deste crime bárbaro. Faltando 10 dias para as eleições municipais, até hoje não foi revelada de modo oficial a resposta que todos já sabem para a seguinte pergunta: quem mandou matar Adriano Farias?

O AL 102 confia na capacidade e isenção do grupo de delegados que está à frente das investigações. Porém, é difícil de explicar como um crime de enorme repercussão, com mandantes já de conhecimento da população, não tenha ainda tido seu desfecho na esfera policial. Mais ainda quando todos em Junqueiro sabem que revelar o nome dos mandantes da morte de Adriano pode ter grande impacto nas eleições do município.

Adriano foi morto na porta de casa, dentro de seu carro, em 18 de junho de 2024. O Instituto de Criminalística coletou dois estojos de munição na cena do crime. O revólver que matou Adriano foi uma pistola 9mm. Seu carro levou 11 tiros. Mas como o objetivo era mesmo matar, 4 balas foram disparadas contra a cabeça de Adriano. A vítima deixou uma filha de 8 anos, que saiu da cidade junto com a mãe, em pânico. Já a mãe de Adriano, dona Eline, hoje vive um eterno luto sem justiça, à base de remédios controlados e de antidepressivos.