Mundo está no 'purgatório' e vive 'colapso climático', alerta chefe da ONU
Uol
Num dos discursos mais pessimistas já feitos nos mais de 70 anos da Assembleia Geral da ONU, o chefe da instituição alertou: o organismo está esgotado. António Guterres, ao subir ao palco para abrir o evento nesta terça-feira, fez um raio-x dramático da situação internacional.
"Nosso mundo está em um turbilhão. Estamos em uma era de transformação épica, enfrentando desafios diferentes de todos os que já vimos, desafios que exigem soluções globais", disse.
Segundo ele, as divisões geopolíticas continuam se aprofundando, o planeta continua esquentando. As guerras continuam sem nenhuma pista de como terminarão. "E a postura nuclear e as novas armas lançam uma sombra escura", disse.
"Estamos nos aproximando do inimaginável - um barril de pólvora que corre o risco de engolir o mundo", alertou Guterres. Para ele, a situação do mundo é "insustentável". "Não podemos continuar assim", alertou.
Impunidade
Uma das denúncias de Guterres se refere à impunidade que domina o mundo. "Esses mundos de impunidade, desigualdade e incerteza estão conectados e em colisão", disse.
"O nível de impunidade no mundo é politicamente indefensável e moralmente intolerável", afirmou. Guterres destacou que, hoje, um número cada vez maior de governos e outras pessoas se sentem no direito de ter um cartão "livre da cadeia".
"Eles podem atropelar o direito internacional. Eles podem violar a Carta das Nações Unidas.
Podem fechar os olhos para as convenções internacionais de direitos humanos ou para as decisões de tribunais internacionais. Eles podem ignorar o direito humanitário internacional.
Podem invadir outro país, devastar sociedades inteiras ou desconsiderar totalmente o bem-estar de seu próprio povo. E nada acontecerá", alertou