Maceió: agenda de combate à desinformação fará parte da declaração de ministros do G20

12 de setembro de 2024 às 17:04
Maceió

Foto: Assessoria

Redação com Assessoria

Pela primeira vez na história do G20, a agenda de combate à desinformação e promoção da integridade da informação fará parte da declaração de ministros do fórum, resultado dos debates do grupo de trabalho Economia Digital, que se reuniu nesta semana em Maceió, Alagoas. Além desses temas, o GT também fechou consenso para declarações sobre governo digital, inclusão e conectividade significativa e parâmetros para o desenvolvimento da inteligência artificial. A reunião ministerial acontece nesta sexta-feira, 13/9.

De acordo com João Brant, secretário de Política Digitais da Secretaria Comunicação da Presidência da República (SECOM/PR), o grupo conseguiu negociar uma declaração sobre o tema entre as maiores economias do mundo, pontuando tanto a compreensão do problema quanto possíveis soluções para enfrentá-lo. "Já temos como marco histórico colocar esse problema no centro da mesa e tratar numa ideia bastante ampla", disse. 

Brant explicou ainda que as estratégias discutidas entre os técnicos dos países-membros incluem educação midiática, responsabilidade e transparência das plataformas, bem como investimentos para pesquisas em ciência e tecnologia. “Esse tema tem afetado o mundo inteiro, desestabilizado economias e passa a ser uma prioridade do G20", concluiu o secretário. 

O embaixador Luciano Mazza, coordenador do GT, destacou que a presidência brasileira está numa “posição muito boa” para levar aos ministros um pacote de resultados sobre questões importantes da agenda digital, ressaltando o trabalho intenso realizado ao longo do ano. "Contamos com a participação muito construtiva de todos os países e podemos apresentar um pacote positivo e substancial do qual nós estamos bastante orgulhosos", afirmou Mazza. 

Inteligência artificial para todos

O desenvolvimento da inteligência artificial também foi um tema que recebeu destaque nos debates do G20 Brasil. Renata Mielli, assessora Especial do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), avaliou que a tecnologia tem sido desenvolvida por poucos países, ainda que o uso seja global. A especialista enfatizou que o trabalho no fórum buscou construir caminhos para que cada país possa desenvolver suas tecnologias de forma mais diversa, refletindo as suas características culturais, sociais, econômicas, linguísticas e étnico-raciais. 

"Da mesma maneira que essa é uma tecnologia que pode trazer muitos benefícios para a humanidade, também traz potencialmente muitos riscos. É preciso que os sistemas de inteligência artificial sejam desenvolvidos de forma segura, confiável, ética e responsável para que não reproduza preconceitos, discriminações e não perpetue vulnerabilidades existentes na nossa sociedade", salientou Mielli. 

Infraestrutura digitais inclusivas

Luana Roncaratti, secretária adjunta no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), indicou que os debates sobre governo digital no G20 tiveram como foco construir e disponibilizar soluções a partir do uso de tecnologias digitais que favoreçam e facilitem a relação entre as pessoas com o Estado. Roncaratti contou ainda que as agendas de identidade digital e compartilhamento de dados também foram discutidas no fórum. 

A secretária adjunta celebrou que os debates avançaram significativamente, contribuindo para que os países possam promover um "governo digital acessível, inclusivo e principalmente voltado para não deixar ninguém para trás".

Inclusão e conectividade significativa 

Daniel Cavalcanti, coordenador geral de políticas públicas do Ministério das Comunicações, detalhou que debates sobre conectividade universal e significativa teve como foco que os países assumissem o compromisso em fomentar, por meio de políticas domésticas, o acesso à internet com qualidade, em dispositivos adequados, custos acessíveis, bem como as habilidades digitais necessárias para que as pessoas possam explorar o potencial da tecnologia.

"Conseguimos um acordo internacional e indicadores e métricas para conectividade significativa para que cada país formular suas políticas públicas para onde existem deficiências”, disse