Caso Deolane: saiba o que disse a Justiça ao negar novo pedido de habeas corpus

12 de setembro de 2024 às 08:28
Brasil

Deolane Bezerra no fórum — Foto: Iris Costa/g1

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A influenciadora Deolane Bezerra teve um novo pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (saiba o que disse o desembargador mais abaixo). Ela foi presa em 4 de setembro entre os alvos da operação "Integration", da Polícia Civil, que investiga lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais, e foi transferida do Recife para Buíque, no Agreste, após ter a prisão domiciliar revogada por descumprimento de medidas cautelares.

Mãe de uma menina de 8 anos, Deolane foi beneficiada, na segunda (9), por um habeas corpus previsto na legislação para quem tem filhos até 12 anos. Como medidas cautelares, ela não poderia dar entrevistas nem se manifestar sobre o caso. No entanto, após colocar uma tornozeleira eletrônica e ser liberada da cadeia, a influenciadora falou com a imprensa e com fãs na saída do presídio e postou, no Instagram, uma foto com a boca coberta por uma fita com um "X" no meio.

Na decisão judicial publicada na quarta-feira (11) em que negou o novo pedido de habeas corpus, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do processo, afirmou que:

  • Deolane "afrontou" a ordem judicial assim que saiu da unidade prisional:
"A autoridade policial noticiou que a paciente [Deolane], mal pisou fora do estabelecimento prisional, cuidou de se manifestar sobre o processo perante a imprensa e postou mensagem que remete subliminarmente ao processo em rede social, afrontando as medidas cautelares que lhe foram impostas", disse.
  • A influenciadora tentou mobilizar a população contra o andamento do processo:
"Vejo, especialmente, como gravíssima a tentativa de mobilizar milhões de pessoas contra uma investigação policial em curso, que procura apurar condutas que podem estar na base de crimes de gigantesca monta contra o Estado e a sociedade", considerou o desembargador.
"O financiamento de manifestantes, por iniciativa de familiares da paciente [Deolane], para se aglomerarem diante da Colônia Penal Feminina do Recife (Bom Pastor) e realizarem protesto, demonstra a total inconveniência da permanência da paciente em suas instalações, justificando o seu encarceramento em Buíque."
  • A Justiça levou mais em consideração a filha da empresária do que a própria Deolane:
"Se a paciente [Deolane] foi autorizada a deixar o cárcere, foi exclusivamente pensando no bem da sua filha, de tenra idade. [...] Lastimo que a paciente [Deolane] não tenha tido para com a sua filha a mesma prioridade, atenção e cuidado que a Justiça brasileira teve, mas diante da gravidade dos fatos, tenho que agiu acertadamente a MM (meritíssima) Juíza quando decretou a prisão preventiva da paciente", declarou o magistrado.

Nesse segundo pedido de habeas corpus, a defesa de Deolane argumentou que, ao sair da Colônia Penal Feminina do Recife, a influenciadora disse às pessoas presentes que não poderia se manifestar, mas "o assédio a seu redor" era excessivo e, por isso, ela falou que se sentia injustiçada "sem direcionar a fala a qualquer pessoa".