Francesa dopada pelo marido para que estranhos a estuprassem consegue o divórcio após 50 anos

09 de setembro de 2024 às 08:54
Mundo

Foto: Reprodução

O Globo

O registro do rompimento data de 22 de agosto. Os advogados anunciaram à família a conclusão do processo de divórcio no primeiro dia do julgamento penal, em 2 de setembro, mas só nesta segunda divulgaram a informação ao público geral.

— Ainda antes de entrar na sala, conseguimos transmitir esta informação à nossa cliente e, de forma mais geral, a toda a família — explicou o advogado Antoine Camus, saudando o “significado simbólico” da medida.

Segundo a acusação, a mulher foi vítima de abusos de mais de 70 homens entre 2011 e 2020. Às vésperas do início do julgamento, que deve terminar apenas em dezembro, os advogados ainda apresentavam a vítima e o réu como um casal "em processo de divórcio". Gisèle e Dominique Pelicot, ambos de 71 anos, se casaram em 1973.

Em 2020, quando descobriu ter sido vítima dos crimes do marido, Gisèle Pelicot decidiu voltar a usar o nome de solteira. Mas, na última quinta-feira, ela e os três filhos do ex-casal disseram à imprensa internacional que concordavam com a publicação do sobrenome Pelicot.

Até então, eles pediam que a mídia reportasse o caso apenas com os primeiros nomes dos envolvidos, como forma de preservar a vida privada dos seis netos de Gisèle. Os parentes mudaram de ideia depois que a vítima falou durante quase uma hora e meia, na última quinta, sobre os cerca de 200 estupros que sofreu durante o casamento.

— Para os netos, no parque infantil, é um orgulho para eles serem netos de Gisèle Pelicot. Para eles, é importante que se torne um orgulho no parque infantil ter este nome, que hoje é um sobrenome de coragem encarnada e força sobre a vida — ressaltou o advogado Camus.