Em semana decisiva, Trump e Kamala continuam empatados, revela nova pesquisa
O Globo
Os resultados estão alinhados com as pesquisas nos sete estados-pêndulo, que decidirão a eleição presidencial, onde Kamala aparece empatada com Trump — ou mantém uma pequena vantagem, de acordo com as médias de pesquisa do New York Times. As sondagens revelam uma disputa acirrada.
Os dois candidatos participarão na próxima terça-feira do primeiro — e talvez último — debate, na Pensilvânia, um dos sete estados decisivos, que se inclinam para um partido ou outro dependendo das eleições. O local escolhido foi a cidade da Filadélfia.
A vice-presidente e o ex-presidente republicano nunca se encontraram pessoalmente. Kamala está desde quinta-feira em um hotel de Pittsburgh, na Pensilvânia, para se preparar para o debate. Já Trump aumentou suas aparições públicas nos últimos dias. O programa de 90 minutos, que será exibido pelo canal ABC a partir das 21h (22h de Brasília), pode ser o único debate entre os dois. Até o momento, não há nenhum outro debate previsto até as eleições de 5 de novembro.
A pesquisa mostra que 28% dos prováveis eleitores disseram que precisavam saber mais sobre Kamala, enquanto apenas 9% afirmaram que ainda precisavam conhecer as propostas de Trump. Quando comparados aos 5% dos eleitores que disseram estar indecisos — ou não se inclinam para nenhum dos candidatos —, os dados revelam um retrato de um eleitorado que pode ser mais fluido do que parece.
Alguns que consideram votar em Kamala disseram que ainda esperavam saber mais sobre ela antes de solidificar sua decisão, especialmente sobre suas políticas.
— Não sei quais são os planos de Kamala — disse ao New York Times Dawn Conley, uma pequena empresária de 48 anos de Knoxville, Tennessee, que está se inclinando para Trump, mas não está totalmente decidida. — É meio difícil tomar uma decisão quando você não sabe qual será a plataforma do outro partido.
A vice-presidente, a primeira mulher e primeira pessoa negra e de origem asiática a ocupar o cargo, terá de lutar contra a percepção sexista "segundo a qual uma mulher que se afirma é estridente", disse à AFP a professora Rebecca Gill.
A cientista política destaca que Kamala poderá aproveitar sua experiência como ex-promotora contra o primeiro ex-presidente americano condenado por acusações criminais. Ou seja, fazer como em um tribunal, onde é necessário "parecer forte, mas não vingativo, ser capaz de estabelecer distância do plano pré-estabelecido para reagir ao que dizem as testemunhas".
— Os riscos são maiores para Kamala do que para Trump porque ele já é muito conhecido, enquanto ela ainda precisa explicar quem é para a maioria das pessoas — afirmou à AFP Mark Feldstein, analista de mídia da Universidade de Maryland. (Com AFP e New York Times)