Boate Kiss: Toffoli derruba anulação do júri e ordena prisão dos réus
Por redação
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta segunda-feira (2) as decisões que haviam anulado o júri do caso da Boate Kiss.
Toffoli determinou a imediata volta à prisão dos quatro réus condenados no processo.
O magistrado determinou também que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) retome o julgamento dos recursos dos réus contra a condenação.
A decisão de Toffoli atendeu a pedidos do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em recursos movidos pelos órgãos.
Os recursos contestaram decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do TJ-RS, respectivamente.
Elissandro Sphor e Mauro Hoffmann, empresários e ex-sócios da boate Kiss, e Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, haviam sido condenados a penas que variam de 18 a 22 anos de prisão, em dezembro de 2021.
O incêndio na casa de shows em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013, matou 242 pessoas. Outras 636 ficaram feridas.
Entenda
A anulação do júri se baseou em nulidades em relação ao andamento do processo e ao julgamento, apontadas pelas defesas dos réus.
Foram considerados fatores como supostas irregularidades no sorteio dos jurados e uma reunião reservada entre o juiz do caso e os jurados.
Para Toffoli, essas nulidades devem ser rejeitadas. Conforme o ministro, “não houve cerceamento à plenitude de defesa perante o Tribunal do Júri, diante do fato de que a apontada irregularidade deu-se no último sorteio realizado em 24/11/2021, sendo certo que dentre o 7 (sete) jurados que compuseram o Conselho de Sentença nenhum deles foi oriundo desse último sorteio”.
O ministro também entendeu que outras nulidades foram citadas fora do prazo processual.