Insegurança no período eleitoral gera pedidos por maior fiscalização federal em municípios alagoanos

02 de setembro de 2024 às 17:52
POLÍTICA ALAGOANA

Foto: reprodução

Por Júlio Nesi

Não é novidade que o período eleitoral - como qualquer período turbulento da história
brasileira (o que, no caso, é quase todo pleito eleitoral) - traz certa insegurança para os
envolvidos. No caso das eleições, a insegurança pode afetar tanto candidatos quanto
eleitores, seja por supostas ameaças de rivais, fanatismo político, a mentalidade do “nós
contra eles” e, é claro, o puro e direto medo de violência motivada pela sede de indivíduos
pelo Poder Público.

Essa insegurança já vem se manifestado no pleito de 2024 bem antes do ano corrente, com
nomes ligados à política alagoana - já em preparação para a corrida eleitoral - disparavam
acusações um contra os outros nas redes. Mas recentemente, essa insegurança vem se
manifestando de uma forma mais direta: tensão e apreensão sobre a suposta parcialidade
de algumas partes do Poder Público do Estado.

Um desses casos é levantado em um pedido urgente realizado pela coligação partidária
"Unidos para Marechal Ganhar", composta pelos partidos PP, Republicanos, PL e a
Federação PSDB-Cidadania, junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL),
solicitando a mudança na escala da Polícia Militar e o envio de tropas federais para garantir
a segurança durante as eleições em Marechal Deodoro.

No documento, datado em 20 de agosto deste ano, a coligação expressa preocupações
sobre a segurança pública e possíveis influências indevidas no processo eleitoral,
mencionando um histórico de violência em Marechal Deodoro. O grupo argumenta que o
acirramento político na cidade e um suposto histórico de envolvimento de membros da
Polícia Militar em eleições anteriores justificam o pedido de reforço na fiscalização e a
presença de forças federais.

O documento elabora ao citar supostos rumores de que alguns membros da corporação
teriam ligações com um então candidato à prefeitura da cidade no ano de 2020.

“Em 2020, em decorrência de fortes rumores entre os deodorenses que alguns policiais
lotados nesta Municipalidade, eram apoiadores do atual Prefeito e então candidato à
reeleição, Sr. Cláudio Filho (Cacau), inclusive, com comentários públicos e correntes entre
os munícipes que alguns destes policiais atuavam na segurança pessoal dele.”, destaca o
documento.

Além de Marechal, a cidade de Estrela de Alagoas passa por um drama similar, pois o
diretório municipal do União Brasil apresentou ao TRE/AL, um pedido de envio de forças
federais ao município e maior fiscalização da Justiça Eleitoral durante as eleições deste
ano, alegando um crescimento na tensão política na cidade.

No documento, que foi protocolado na última sexta-feira (30), o partido argumenta que a
disputa eleitoral estaria desequilibrada devido a um suposto favorecimento do Governo do
Estado à candidatura de Roberto Wanderley (MDB).

“O apadrinhamento da candidatura do Candidato Roberto Wanderley, oposição no Município
de Estrela de Alagoas, e o apoio direto do Governador do Estado, provocou uma série de
consequências e o desequilíbrio na disputa eleitoral, com a influência das ações de governo
na área de educação, hídrica e até mesmo na segurança. Enquanto a legislação impõe
restrições a inaugurações pelos municípios, o Governo do Estado se lança de corpo e alma
na campanha eleitoral inaugurando obras as vésperas das eleições, e em Estrela de
Alagoas, que virou a menina dos olhos de ouro do Prefeito de Cacimbinhas, que atenta a
todo custo eleger seu tio Roberto Wanderley, utiliza sua imagem em ações de governo para
refletir na imagem de seu candidato a Prefeito.”, escreveu o diretório municipal do partido no
documento.

Ainda no documento, a sigla ainda comenta sobre as supostas ações de favorecimento do
governo estadual à candidatura de Wanderley, destacando insegurança entre os candidatos
e eleitores de oposição.

“A influência do Governo do Estado na eleição municipal traz insegurança, haja vista que
apoiadores do seu candidato, são visto a luz do dia portando armas, as provocações já
vioru rotina, pois se sentem protegidos pelo fato do candidato da oposição Roberto
Wanderley, está sendo acirradamente apoiado pelo Governador Paulo Dantas e pelo
Deputado Wanderley Ex-Vice-governador (irmão do candidato) e pelo Prefeito do Município
de Cacimbinhas/AL Hugo Wanderley (sobrinho do candidato)." , escreve.

E um terceiro município, segundo uma denúncia de um candidato nas redes, também passa
por uma situação parecida: Maragogi.

Na última semana, o candidato à Prefeitura de Maragogi, Dani (PP), usou suas redes
sociais para alegar que ele e apoiadores estariam sofrendo uma suposta “perseguição” de
agentes da Polícia Militar.

“É uma pena, governador, que a briosa polícia militar esteja sendo instrumento de
intimidação política. Ideal que a valorosa contribuição da corporação fosse para proteção
das pessoas e detenção dos verdadeiros bandidos que saqueiam e saquearam os recursos
públicos. Estes estão soltos imaginando zombar da memória da nossa gente. Não vão
prosperar. Vão tombar diante da vontade das pessoas de bem.