Empresa alvo da operação "Capa Dura" se envolve em novo escândalo em Alagoas e polêmica atinge campanha de Rafael Brito

Por redação

O início da campanha de Rafael Brito (MDB) para a prefeitura de Maceió foi abalado por um escândalo nacional revelado nesta terça-feira (data). O site Intercept divulgou que o Governo de Alagoas forneceu os dados de mais de 30 mil alunos, além de informações sobre professores, diretores e funcionários da rede estadual de ensino, a uma empresa proibida de contratar com o poder público. A empresa em questão, Inca Tecnologia, já havia sido favorecida em uma polêmica compra de livros didáticos durante a gestão de Rafael Brito como secretário de Educação de Alagoas, no governo de Renan Filho.

De acordo com a reportagem, o Estado firmou um contrato com a Editora Verde para oferecer um curso preparatório para o Enem por meio de uma plataforma de aprendizagem chamada "Solis". No entanto, a empresa que desenvolveu a plataforma foi a Inca Tecnologia, e não a Editora Verde. A Inca foi alvo da investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PC/RS) por suspeita de fraudes milionárias em licitações de livros, o que levou à operação "Capa Dura", deflagrada em janeiro deste ano.

Além das suspeitas no Rio Grande do Sul, a Inca Tecnologia também assegurou contratos milionários com o governo de Alagoas durante a gestão de Renan Filho, período em que Rafael Brito era o secretário de Educação. Entre 2021 e 2022, a Inca obteve dois contratos sem licitação, totalizando 52 milhões de reais, para fornecer livros e materiais de "apoio pedagógico" destinados a atenuar os efeitos da pandemia. No entanto, apesar de não entregar os livros previstos, a empresa ainda assim recebeu 16 milhões de reais pelos materiais fornecidos.

Este novo escândalo, envolvendo novamente a Inca Tecnologia e sua relação com o governo de Alagoas, lança dúvidas sobre a integridade das contratações públicas e coloca Rafael Brito em uma posição delicada em sua campanha eleitoral.