Estrela mais brilhante do Olimpo brasileiro, Rebeca Andrade é ouro no solo em Paris

05 de agosto de 2024 às 11:00
Olimpíadas 2024

Rebeca Andrade na final do solo em Paris 2024 — Foto: LOIC VENANCE / AFP

g1

Rebeca Andrade chorou de emoção e alívio e o Brasil chorou com ela. A estrela mais brilhante do Olimpo brasileiro conquistou o ouro na final do solo na manhã desta segunda-feira (5), na Bercy Arena, em Paris, e se tornou a maior medalhista do país em todos os tempos.

Foi um dia de emoção e redenção. Rebeca havia falhado na final de trave menos de uma hora antes e ficado fora do pódio. Mas levantou a cabeça e entregou tudo no tablado, com um solo belíssimo, chegadas praticamente cravadas ao fim de cada acrobacia e as lágrimas de quem sabia que havia encerrado sua participação nas Olimpíadas de Paris com uma apresentação de encantar o mundo todo. Simone Biles fez acrobacias incríveis, mas as falhas na execução a deixaram com a medalha de prata. A americana Jordan Chiles ficou com o bronze.

Com sua sexta medalha em duas Olimpíadas, Rebeca Andrade ultrapassou os cinco pódios dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael. E pode ter se despedido do solo da maneira mais perfeita possível. A ginasta disse, nos últimos dias, que pode deixar de fazer o solo, que sacrifica muito seus joelhos. Rebeca já teve que passar por três cirurgias de ligamento cruzado anterior (LCA), e os joelhos sofrem muito com o impacto da aterrissagem. Se realmente essa foi a última vez, Rebeca fechou com graça, leveza e acrobacias impressionantes, altas e difíceis. Tanta beleza rendeu à ginasta um excelente 14.166. E quem sabe não a faz repensar a decisão?

Foi a quarta medalha de Rebeca em Paris 2024. Além do ouro no solo, Rebeca sai da França com duas pratas, no salto e no individual geral, e um bronze por equipes. Na carreira olímpica, ela ainda tem o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio 2020, somando seis pódios nas duas edições dos Jogos.

Rebeca Andrade na final do solo em Paris 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

O solo de Rebeca

Rebeca trocou o collant grená da trave por um azul lindíssimo para o solo. Deu sorte. Cravou cada uma das quatro chegadas de acrobacia, entregou uma coreografia cheia de graça e inventividade e levantou o público presente na Bercy Arena.

Rebeca Andrade se apresenta na final do solo — Foto: Reuters

O solo de Simone

É difícil competir com o altíssimo grau de dificuldade do solo de Simone Biles. Mas dessa vez, a americana pisou com os dois pés fora do tablado duas vezes e teve erros de postura. Ainda assim, realizou suas acrobacias impossíveis, tirou 14.133 e comemorou uma prata. Simone sai de Paris com ouro no individual geral, no salto e por equipes e com a prata do solo.

Simone Biles tira 14,133 na final do solo dos Jogos de Paris

Simone Biles tira 14,133 na final do solo dos Jogos de Paris

Os solos das outras ginastas

Bronze na trave, a italiana Manila Esposito sofreu uma queda em sua primeira diagonal no solo e deu adeus às possibilidades de medalha.

A chinesa Yushan Ou fez uma série com algumas falhas e pisou fora do trabalho, recebendo a nota de 13.000.

Aos 16 anos, a japonesa Rina Kishi também pisou fora trabalho, mas apresentou uma série sólida em sua estreia em Olimpíadas, com nota 13.166.

Medalhista de ouro na trave, a italiana Alice D'Amato tirou 13.600 com uma série esteticamente encantadora.

Foi seguida pela romena Ana Barbosu, que fez uma apresentação sólida e tirou 13.700.

A última a se apresentar foi a americana Jodan Chiles. Companheira de Simone na equipe dos Estados Unidos, Jordan tirou 13.766 numa série empolgante, embalada por canções de Beyoncé, e ficou com a medalha do bronze.