Poço que protegia reis bíblicos é descoberto por arqueólogos em Jerusalém

27 de julho de 2024 às 08:56
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Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e da Autoridade de Antiguidades de Israel encontraram restos de um grande fosso antigo em Jerusalém, datado do século IX a.C., durante a era do Primeiro Templo e do Reino de Judá. A descoberta, descrita como de grande importância por Yosef Garfinkel, professor do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica, revela que Jerusalém já era uma cidade de destaque nessa época.

O fosso, cuja origem e propósito exatos ainda são desconhecidos, pode ter sido escavado há cerca de 3.800 anos. Ele separava a parte residencial sul da cidade, a Cidade de Davi, da cidade alta, onde ficavam o palácio e o Primeiro Templo. A descoberta foi comparada com achados anteriores, incluindo os de Kathleen Kenyon, que notou indícios da estrutura na década de 1960.

A escavação revelou que o fosso se estende por pelo menos 70 metros de oeste a leste, com uma profundidade de 9,14 metros e um volume de quase meio milhão de pés cúbicos de pedra extraída. Este local era anteriormente utilizado como estacionamento para visitantes do Muro das Lamentações.

Yuval Gadot, co-diretor da escavação, afirmou que a descoberta reanima discussões sobre termos topográficos na Bíblia Hebraica, como Ofel e Milo, mencionados no primeiro Livro dos Reis. O Primeiro Templo foi construído pelo Rei Salomão em 1000 a.C. e destruído em 586 a.C. pelos babilônios.

Yiftah Shalev, co-diretor da escavação, afirmou que a trincheira servia como uma defesa e símbolo da riqueza e poder dos reis de Judá. Ele rejeitou a ideia de que fosse apenas uma pedreira. Eli Escusido, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, destacou a habilidade de engenharia das pessoas antigas ao construir o reino, afirmando que as escavações na Cidade de Davi continuam a surpreender e ampliar a compreensão da Bíblia.