Um empresário descrito pela imprensa americana como "titã dos imóveis de Miami" foi encontrado sem vida, na mansão em que vivia, durante uma operação policial sobre a morte da mulher dele. Os policiais localizaram o corpo de Sergio Pino, de 67 anos, em meio às diligências de uma investigação sobre conspiração para o assassinato de Tatiana Pino. Antes de falecer, ao pedir o divórcio, ela acusou o então marido de envenená-la "várias vezes" com fentanil. Ele negava ter cometido crimes.
Sergio Pino também era investigado por supostamente contratar terceiros para assassinarem Tatiana, de acordo com reportagem da rede local WPLG, afiliada à ABC. O veículo de imprensa ouviu fontes da polícia segundo quem o corpo do magnata estava no andar de cima da mansão, num condomínio de luxo de Coral Gables, e tinha um ferimento causado por arma de fogo.
O corpo foi encontrado nesta terça-feira, enquanto os agentes apreendiam eletrônicos, cofres e três caixas de documentos, segundo as fontes policiais. O advogado de Sergio Pino criticou a atuação das forças de segurança no caso.
— O nível de atividade policial em sua residência era sem precedentes e desnecessário, especialmente porque nos oferecemos nos render caso isso fosse necessário — disse Sam Rabin à WPLG. — Os eventos de hoje marcam um final muito trágico para uma investigação que estávamos confiantes de que poderíamos defender com sucesso. Havia muitos rumores e alegações, mas o que faltava eram provas.
Durante o processo de divórcio, iniciado em abril de 2022, Tatiana Pino alegou que um médico analisou seus exames e detectou a presença de fentanil no corpo dela após a paciente reclamar de problemas respiratórios. A mulher, que teria sido intubada seis vezes em decorrência dos sintomas, acusou o marido de envenená-la secretamente com o opioide por "motivos financeiros".
Sergio Pino fundou a Century Homebuilders Group. A sede em Cocoplum e o escritório de Coral Gables já haviam sido alvo de buscas do FBI no mês passado, segundo o NY Post. O jornal Miami Herald informou que, segundo as investigações, Pino teria recrutado um funcionário de seu iate para contratar outros três homens, que seriam responsáveis por ameaçar Tatiana após o pedido de divórcio.
O funcionário do iate, identificado como Bayron Bennett, e os três homens teriam tentado atropelar Tatiana perto da casa onde ela vivia, em Pinecrest, e causado incêndios em três veículos da irmã dela. Os quatro foram acusados por esses crimes num tribunal federal de Miami. Sergio Pino, por sua vez, não foi formalmente acusado pelas autoridades antes de sua morte.
O advogado de Tatiana Pino, Raymond J. Rafool, disse à rede WPLG que, em meio a um divórcio "complexo", a cliente teve de enfrentar "ataques à vida". Já a defensora de Sergio Pino no processo de separação, Deanna Shifrin, disse em comunicado que "não havia nada que indicasse que ele alguma vez tenha prejudicado ou quisesse prejudicar" a mulher.