Abin paralela: após operação e áudio, Ramagem depõe à PF nesta quarta (17) pela 1ª vez

17 de julho de 2024 às 09:34
Brasil

Depoimento de Ramagem está marcado para as 15h 17/10/2023 - Bruno Spada/Câmara dos Deputados

CNN Brasil

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) prestará depoimento à Polícia Federal (PF), às 15h desta quarta-feira (17), no âmbito da investigação da chamada “Abin paralela”.

Ramagem era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e é investigado por supostamente ter usado o órgão para espionar ilegalmente desafetos do governo.

Temas do interrogatório

O interrogatório será na Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Os investigadores têm uma lista de tópicos a esclarecer com o parlamentar nesse primeiro encontro.

Entre os assuntos a serem questionados estão o áudio que Ramagem gravou em reunião com Bolsonaro, o general Augusto Heleno e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro. O material foi encontrado no computador do ex-diretor da Abin.

A PF também deve questionar sobre o encontro de Ramagem com o atual diretor da Abin, delegado Luiz Fernando Corrêa, indicado por Lula, em junho do ano passado.

Os delegados também querem saber do deputado, que é delegado de carreira da PF, sobre os cinco presos na semana passada na mais recente fase da operação Última Milha. A PF aponta ligação da “Abin paralela” sob Ramagem com o chamado “gabinete do ódio”, montado no Palácio do Planalto.

Negociação

Além de toda a análise de material apreendido nas fases que vêm desde o ano passado, a PF também trabalha com a negociação de três delações premiadas e está em fase de discussão interna com os possíveis colaboradores, conforme noticiou a CNN em junho.

Ao longo da semana, além de Ramagem, os investigadores também devem ouvir testemunhas e servidores da Abin. Os interrogatórios foram marcados depois que a polícia deflagrou a quarta fase, na semana passada.

A operação apura um esquema de espionagem ilegal que operava a partir da Abin na gestão de Ramagem. O monitoramento atingiu parlamentares, servidores públicos federais, advogados, ministros da Suprema Corte e jornalistas. O parlamentar nega todos os pontos da investigação policial.