Extração de areia em Feliz Deserto e Praia do Francês para tamponamento de minas gera danos ambientais e à infraestrutura

16 de julho de 2024 às 15:10
Meio Ambiente

Foto: Reprodução

A atividade de extração de areia para o tamponamento das minas desativadas de sal-gema da Braskem em Alagoas tem gerado diversos impactos negativos, tanto no meio ambiente quanto na infraestrutura do estado. Diversas denúncias apontam para a exploração irregular de jazidas, danos à fauna e flora local, além da degradação de rodovias.

Um dos pontos mais críticos é a extração de areia na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. A atividade predatória na região, que já era conhecida, se intensificou com a demanda da Braskem, causando danos consideráveis ao local, inclusive na Área de Proteção Ambiental (APA) das Dunas do Cavalo Russo.

Em Feliz Deserto, no Litoral Sul, a situação também é preocupante. A retirada de areia em larga escala para o tamponamento das minas está deixando um rastro de crateras e áreas alagadas, além de colocar em risco a Várzea da Marituba, um importante ecossistema local.

Moradores das regiões afetadas expressam apreensão com os impactos da extração desenfreada de areia. Eles temem pela segurança das rodovias danificadas pelo tráfego intenso de caçambas, pela degradação do meio ambiente e pela falta de transparência sobre os processos de licenciamento e fiscalização.

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas investiga a extração irregular de areia na Praia do Francês. Em janeiro de 2024, a Justiça Federal determinou a suspensão de licenças para a empresa responsável pela exploração no local.

Braskem se defende e alega cumprimento das leis

Procurada, a Braskem afirma que a areia utilizada no tamponamento das minas é proveniente de jazidas devidamente licenciadas e que a empresa segue todas as normas e leis ambientais.

O caso da extração de areia para tamponamento das minas da Braskem em Alagoas serve como um alerta para os riscos da exploração mineral desenfreada e sem o devido cuidado com o meio ambiente e as comunidades locais. É necessário que as autoridades competentes tomem medidas urgentes para coibir irregularidades, garantir a reparação dos danos causados e buscar soluções alternativas que minimizem os impactos negativos da atividade.