Rússia critica Otan por novos apoios à Ucrânia e planeja 'medidas' para contra-atacar 'ameaças'

11 de julho de 2024 às 09:14
Guerra

Reuters

O Globo

O Kremlin anunciou nesta quinta-feira que a Rússia avalia medidas para "contra-atacar a séria ameaça" da Otan, após os anúncios feitos durante a cúpula da aliança ocidental na quarta-feira, incluindo a de que o reconhecimento da adesão de Kiev tomou um "caminho irreversível".

— Somos obrigados a analisar com muito cuidado as decisões que foram tomadas [na reunião de cúpula de Washington], as conversas que aconteceram e analisar com muito cuidado o texto da declaração que foi adotado — afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado por agências de notícias russas. — É uma ameaça muito séria para a segurança nacional, que nos obrigará a adotar medidas estudadas, coordenadas e eficazes para contra-atacar a Otan.

Os aliados da Otan anunciaram uma série de medidas na quarta-feira, ao fim do 2º dia da reunião de cúpula de 75 anos da aliança. Um dos principais pontos foi o reforço do apoio à Ucrânia, com a confirmação envio de caças F-16, baterias de defesa antiaérea e o reconhecimento de que Kiev caminha para ser um país-membro.

Antes do começo da cúpula, Peskov já havia anunciado que Moscou acompanhava com "atenção máxima" a reunião da Otan. O porta-voz voltou a criticar o fato do Ocidente enxergar um inimigo na Rússia e que a Aliança Atlântica "é um instrumento de confronto, e não de paz e segurança".

— Constatamos que nossos adversários na Europa e nos Estados Unidos não são partidários do diálogo. E, a julgar pelos documentos adotados na cúpula da Otan, não são partidários da paz — disse Peskov à imprensa. — Desde o início, afirmamos que a integração da Ucrânia à Otan representava uma ameaça inaceitável para nós (...) Agora vemos que a Otan adota um documento que diz que a Ucrânia vai aderir definitivamente à Otan.