Perseguição contra opositoras se torna hábito na gestão do prefeito de Capela

24 de junho de 2024 às 11:36
Alagoas

Reprodução

Adelmo Calheiros sobe o tom nas últimas semanas contra opositores políticos e faz ataques pessoais contra mulheres, líderes sindicais e servidores públicos criticam seu mandato.

Perseguições políticas contra mulheres, calúnias e descumprimentos de decisões judiciais estão marcando a gestão do atual prefeito do município de Capela, Adelminho Calheiros (MDB).

Um dos principais alvos do prefeito é a professora da rede municipal, Micheline Borges, que sofreu diversas tentativas de silenciamento. Após críticas e reivindicações da professora, o atual prefeito cortou direitos salariais garantidos pelo Plano de Cargos, Carreiras e Valorização ao Profissional da Educação (PCCV), uma lei municipal que assegura aos trabalhadores sindicalizados a remuneração integral, com todos os direitos e sem cortes.

De acordo com Micheline, seu salário veio sem 1/6 das férias, um direito garantido aos profissionais da Educação. A profissional relata que colocou a causa na Justiça, teve a decisão favorável e, mesmo assim, a gestão não efetuou o pagamento.

Ainda segundo Micheline, a Prefeitura ameaçou cortar o transporte do seu filho, que é deficiente e necessita de cuidados ofertados pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).

A professora também relata que foi alvo de ataques através de perfis fakes, que disparavam mensagens difamatórias contra ela nas redes sociais. Esse tipo de ataque já é comum na gestão de Adelminho, que continua utilizando perfis falsos para intimidar e desmoralizar suas opositoras publicamente.

A jornalista Thayanne Magalhães também relatou que foi vítima de perseguição política do atual prefeito. Segundo o portal de notícias Tribuna Hoje, a jornalista prestou queixa na Polícia Civil por difamação e ameaça após uma matéria veiculada no Jornal Tribuna Independente, que abordava atrasos na rede letiva municipal.

Segundo Thayanne, o prefeito enviou mensagens agressivas em seu WhatsApp privado, onde desonrava seu passado profissional e pessoal, em uma clara demonstração de ódio e misoginia.

No último dia 13 de junho, Adelminho Calheiros participou de um podcast onde, mais uma vez, atacou mulheres e definiu quais comportamentos uma "boa esposa" deve ter. Ele fez declarações misóginas, afirmando que “a mulher que está do lado tem que também saber ser uma cidadã direita. Estar ajudando ao marido, onde comprar, pagar, ser mais simpática, ser mais humana. Eu acho que esses são os adjetivos de uma família harmoniosa”.

Dessa vez, suas palavras foram dirigidas à própria vice-prefeita, Eliane Lucena Malta, mãe de seu opositor político, Fernando Lucena Malta (PL). Adelminho afirmou que a vice-gestora é uma boa pessoa, mas não perdeu a chance de criticar seu filho, classificando-o como alguém que “foge dos preceitos de um representante público”.

A gestão de Adelminho Calheiros tem sido marcada por uma perseguição implacável e cheia de ódio contra mulheres que ousam criticar sua administração, deixando claro seu desprezo e intolerância para com as vozes femininas da oposição.