Após condenação e com US$ 50 mi de doador bilionário, Trump supera Biden em arrecadação de campanha

22 de junho de 2024 às 07:37
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O Globo

O acontecimento é preocupante para um presidente que busca a reeleição e que, segundo pesquisas, está atrás de Trump em estados-pêndulo (cruciais na eleição por não serem tradicionalmente alinhados nem a democratas ou republicanos, variando o voto a cada ciclo eleitoral). De acordo com uma pesquisa Ipsos divulgada na quinta-feira, Trump derrotaria Biden aproximadamente por 37% a 35% em Michigan, Pensilvânia, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada. Já uma sondagem da New Emerson College Polling/The Hill mostra Trump à frente por quatro pontos em Arizona e Geórgia, três pontos em Wisconsin e Nevada, e dois pontos na Pensilvânia. Em Michigan, Trump está na frente com um ponto.

Trump arrecadou US$ 76 milhões (R$ 413,3 milhões) em abril, enquanto em maio, US$ 141 milhões (R$ 768,6 milhões) — já Biden e o Partido Democrata angariaram US$ 51 milhões (R$ 277,1 milhões) e 85 milhões (R$ 463,3 milhões) respectivamente, de acordo com registros federais e declarações das campanhas.

Juntamente com o partido, a campanha de Biden entrou junho com US$ 212 milhões (R$ 1,15 trilhão) em espécie, um valor recorde para um candidato democrata neste momento da campanha. Desde o fim de março, Trump e o CNR não revelaram quanto têm em mãos. Mas uma contagem parcial divulgada pela Comissão Eleitoral Federal (CEF) na quinta-feira indicou um montante de US$ 171 milhões (R$ 932,2 milhões) em dinheiro.Isso faz a vantagem financeira de Biden cair de US$ 100 milhões (R$ 545 milhões) no primeiro trimestre para US$ 41 milhões (R$ 222,8 milhões) no fim de maio. E, pela primeira vez, o principal comitê de campanha de Trump tem mais dinheiro em caixa do que Biden: US$ 116,5 milhões contra US$ 91,6 milhões (R$ 635,1 milhões contra R$ 499,3 milhões).

A maior doação individual à campanha de Trump foi feita pelo bilionário conservador Timothy Mellon, mostrou um documento federal na quinta-feira. Herdeiro de uma família de banqueiros, Mellon doou US$ 50 milhões (R$ 272,5 milhões) ao comitê republicano um dia após a condenação do ex-presidente em Nova York, segundo a imprensa americana.

Embora grandes eventos realizados em Los Angeles, Seattle e Atlanta tenham contribuído para a arrecadação recorde de Trump, o fato mais relevante parece ter mesmo sido a condenação judicial. O ex-presidente desfrutou de um boom de arrecadação de fundos após o veredicto de culpado. Somente doadores on-line despejaram US$ 52,8 milhões (R$ 287,8 milhões) nos cofres da campanha nas 24 horas seguintes à condenação, que tem estimulado sua base desde então.

A campanha do ex-presidente também disse que teve seu segundo melhor mês com arrecadação de fundos de base, adicionando 3 milhões de assinantes à sua lista de e-mail, usada para angariar doadores mais modestos. Em maio, disse a campanha do republicano, um quarto das contribuições foram de novos doadores. E essas contribuições online serão cada vez mais cruciais até a eleição, já que as campanhas não podem requisitar contribuições repetidas de seus maiores doadores.