Navios de guerra russos com submarino nuclear chegam a Cuba, e EUA observam manobras

12 de junho de 2024 às 10:45
Mundo

Reprodução

O Globo

Navios da marinha russa chegaram ao porto de Havana na quarta-feira, uma escala que os EUA e Cuba disseram não representar uma ameaça, mas que foi amplamente vista como uma demonstração de força russa à medida que aumentam as tensões devido à guerra na Ucrânia.

Minutos antes das 08H00 locais (12H00 GMT), entrou na baía de Havana, à frente da flotilha, o navio petroleiro "Pashin", seguido pelo rebocador de salvamento "Nikolai Chiker", decorado com as faixas branca, azul e vermelha da bandeira russa.

Em uma manhã cinzenta pela neblina e pela chuva persistente da noite anterior, o submarino nuclear "Kazan" apareceu no horizonte mostrando parte de sua corcova e a torre sobre a superfície do mar, seguido pela fragata "Almirante Gorshkov" que se aproximava da baía que margeia a capital cubana.

Também um navio patrulha da Marinha Real do Canadá, o HMCS Margaret Brooke, chegará na sexta-feira à ilha, no contexto do 80º aniversário das relações diplomáticas entre Cuba e Canadá, informou o Ministério das Relações Exteriores cubano.

O Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (Minfar) indicou na semana passada que os navios russos não portam armas nucleares e não representam uma "ameaça para a região".

A chegada desta frota ocorre no mesmo dia em que o chanceler Bruno Rodríguez e seu homólogo russo Serguei Lavrov se reuniram em Moscou, informou o Ministério das Relações Exteriores cubano.

A visita da fragata russa "está estritamente de acordo com as regulamentações internacionais das quais Cuba é Estado parte" e responde às "históricas relações de amizade" entre Havana e Moscou, disse o exército cubano.

A visita deste destacamento naval ocorre um mês após o presidente Miguel Díaz-Canel desejar sucesso a Moscou no conflito com a Ucrânia, durante uma visita à Rússia na qual acompanhou o presidente Vladimir Putin durante o desfile comemorativo da vitória soviética sobre os nazistas em 1945.

"Desejamos à Rússia sucesso na realização da operação militar especial", disse Díaz-Canel, que condenou a "manipulação geopolítica" dos Estados Unidos e a "ameaça da OTAN de se aproximar das fronteiras" russas, citado pela agência russa de notícias TASS.