RS confirma mais 19 casos de leptospirose após enchentes; total chega a 48
g1
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou, na manhã desta quinta-feira (23), mais de 19 casos de leptospirose em meio às enchentes que assolam o estado. Com isso, o número sobe para 48. Duas pessoas morreram em decorrência da doença (saiba mais abaixo). Os casos foram confirmados após análise do Laboratório Central do Estado (Lacen), a partir da notificações enviadas pelos municípios.
De acordo com dados da secretaria, até o dia 19 de abril, houve 129 casos e seis óbitos por leptospirose em 2024 no RS. O estado começou a ser atingido pelas enchentes no dia 29 de abril. No total, no ano passado, foram 477 casos e 25 óbitos, disse a SES.
Em relação aos casos de pessoas sob suspeita de contágio, são 545, segundo a pasta.
Tragédia no RS
Em razão dos temporais e inundações, 162 pessoas morreram no RS. A Defesa Civil ainda informa que há 75 pessoas desaparecidas, 806 feridas e 653,1 mil pessoas fora de casa.
Duas mortes por leptospirose
Os óbitos pela doença ligados à enchente começaram a ser confirmados pelas prefeituras nesta semana. Em Venâncio Aires, um homem de 33 anos faleceu no dia 17 de maio, de acordo com a prefeitura. A identidade dele não foi revelada. Segundo a prefeitura, ele teria adotado cuidados, como uso de botas nos alagamentos, mas mesmo assim manteve contato com a água.
E em Travesseiro, Eldo Gross, de 67 anos, faleceu pela doença, também em 17 de maio.
Eldo Gross faleceu devido à leptospirose em Travesseiro — Foto: Arquivo pessoal
O que é a leptospirose e como ela é transmitida
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa.
Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.
Embora na maioria das vezes a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar até mesmo a falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.Importância da testagem laboratorial
A SES informa que, considerando o atual cenário de chuvas e cheias em várias regiões do Estado, casos suspeitos oriundos de área de alagamento e com sintomas compatíveis com leptospirose devem iniciar tratamento imediato e, quando possível, ter amostra coletada a partir do sétimo dia do início dos sintomas para envio ao Laboratório Central do Estado (Lacen).