Com 13 mortes após fortes chuvas, RS decreta estado de calamidade pública

02 de maio de 2024 às 09:47
Brasil

Foto aérea mostra área alagada na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, após fortes chuvas Imagem: 30.abr.2024-Gustavo Ghisleni / AFP

UOL

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública no estado após as fortes chuvas que atingiram diferentes cidades desde 24 de abril e deixaram 13 mortes.

O que aconteceu

Chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3 — "caracterizados por danos e prejuízos elevados". O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial na noite de quarta-feira (1º).

O decreto tem um prazo de 180 dias. "A situação de anormalidade declarada em âmbito estadual por este Decreto, não obsta o início ou o prosseguimento da declaração em âmbito local pelos Municípios, que poderão avaliadas e homologadas pelo Estado", diz o texto.

Treze pessoas morreram desde o último sábado (27) no Rio Grande do Sul por causa das chuvas e enchentes. As cidades que registraram mortes são:

  • Paverama: Dois homens de 69 e 65 anos que estavam em um carro que tentava atravessar uma área alagada;
  • Pantano Grande: Um homem de 59 anos, vítima de descarga elétrica;
  • Itaara: Uma mulher de 48 anos -- ainda não se sabem as circunstâncias;
  • Encantado: Uma mulher de 45 anos -- ainda não se sabem as circunstâncias;
  • Salvador do Sul: Duas pessoas, uma delas um homem de 47 anos, vítima de um deslizamento de terra. Ainda não há informações sobre a segunda vítima;
  • Segredo: Um homem de 62 anos que estava em um carro que tentava atravessar uma área alagada;
  • Santa Cruz do Sul: Uma vítima -- ainda não se sabem as circunstâncias;
  • Santa Maria: Três pessoas morreram após um deslizamento de terra. Uma delas é uma adolescente de 17 anos, cuja mãe está desaparecida, informou a Polícia Civil.
  • São João do Polêsine: Uma pessoa morreu, segundo boletim da Defesa Civil. Não há informações sobre as circunstâncias da morte até o momento.

Há 21 desaparecidos em cinco cidades. São elas: Candelária (8), Encantado (6), Roca Sales (4), São Vendelino (2) e Passa Sete (1).

Lula e Eduardo Leite vão a Santa Maria

A previsão é de que a aeronave com o presidente parta da Base Aérea de Brasília às 7h30. Ele deve viajar à região com os ministros Paulo Pimenta (Comunicação Social), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Renan Filho (Transportes), Jáder Barbalho Filho (Cidades) e Rui Costa (Casa Civil).

Reunião com Eduardo Leite ocorrerá na Base Aérea de Santa Maria, após sobrevoo às regiões afetadas. A informação consta na agenda oficial do presidente, que deve retornar à capital ainda nesta quinta.

Continua após a publicidade

Aeronaves do Exército não conseguiram operar por falta de condições meteorológicas. A informação foi dada pelo ministro Paulo Pimenta em entrevista à GloboNews na manhã desta quinta-feira (2). Segundo ele, 330 homens e todos os aviões das Forças Armadas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram disponibilizados para a região, mas aguardam condições climáticas para se deslocar até as regiões mais afetadas.

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 134 municípios foram afetados. Também foram registrados 12 feridos e 5.257 desalojados.

Abastecimento de energia foi afetado. Segundo boletim divulgado pelo governo na manhã desta quinta-feira, há quase 300 mil pontos sem energia elétrica no estado. Mais de 543 mil clientes estão sem água e pelo menos 86 municípios estão sem serviços de telefonia e internet.

O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu novo alerta vermelho. De acordo com o órgão, há previsão do volume de chuva total ultrapassar os 100 milímetros no estado já nas próximas horas. O alerta se estende até a manhã de quinta-feira (2).

Os órgãos e as entidades da administração pública estadual, observadas suas competências, prestarão apoio à população nas áreas afetadas em decorrência dos eventos de que trata este Decreto , em articulação com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.