'Esperamos por justiça': brasileiros afetados por mina da Braskem protestam em tribunal da Holanda

15 de fevereiro de 2024 às 16:02
EM ROTTERDAM

Foto: Reprodução

Por redação com informações da AFP

Moradores de uma cidade brasileira devastada por terremotos causados ​​pela mineração de sal foram a um tribunal holandês na quarta-feira, em busca de justiça e indenização que dizem ser impossível no Brasil. Famílias de Maceió voaram para a Holanda para ouvir o caso contra a gigante petroquímica brasileira Braskem, cujas operações europeias estão sediadas em Rotterdam.

Outrora uma cidade com um milhão de habitantes, a vida em Maceió foi abalada por terremotos em 2018 atribuídos à mineração de sal e subsequentes fissuras em ruas e edifícios, forçando dezenas de milhares de pessoas a abandonarem as suas casas.

O líder comunitário Alex Da Silva, 42 anos, pediu por justiça e cobrança dos responsáveis pela tragédia socioambiental.

“Os que sobraram em nossa comunidade ainda estão sofrendo o afundamento (da terra) e os tremores hoje. Esperamos hoje pelo julgamento, para finalmente conseguir justiça”, disse ele.

A Braskem afirma ter oferecido compensação financeira e apoio psicológico aos atingidos, além de auxílio na mudança de casa. A empresa afirma ter pago 3,93 bilhões de reais (US$ 790 milhões) em compensações e ajuda financeira a mais de 18 mil pessoas.

O tribunal decidirá primeiro sobre a responsabilidade e depois sobre a indenização, caso decida contra a Braskem. Em 2022, o tribunal de Roterdã decidiu ter jurisdição no caso, argumentando que sua controladora Braskem SA e as subsidiárias na Holanda estavam “inextricavelmente ligadas”.

“A Braskem SA poderia ter previsto razoavelmente que não apenas suas entidades (holandesas), mas também a holding poderiam ser levadas a este tribunal”, disseram os juízes naquela decisão.