'Esperamos por justiça': brasileiros afetados por mina da Braskem protestam em tribunal da Holanda
Por redação com informações da AFP
Moradores de uma cidade brasileira devastada por terremotos causados pela mineração de sal foram a um tribunal holandês na quarta-feira, em busca de justiça e indenização que dizem ser impossível no Brasil. Famílias de Maceió voaram para a Holanda para ouvir o caso contra a gigante petroquímica brasileira Braskem, cujas operações europeias estão sediadas em Rotterdam.
Outrora uma cidade com um milhão de habitantes, a vida em Maceió foi abalada por terremotos em 2018 atribuídos à mineração de sal e subsequentes fissuras em ruas e edifícios, forçando dezenas de milhares de pessoas a abandonarem as suas casas.
O líder comunitário Alex Da Silva, 42 anos, pediu por justiça e cobrança dos responsáveis pela tragédia socioambiental.
“Os que sobraram em nossa comunidade ainda estão sofrendo o afundamento (da terra) e os tremores hoje. Esperamos hoje pelo julgamento, para finalmente conseguir justiça”, disse ele.
A Braskem afirma ter oferecido compensação financeira e apoio psicológico aos atingidos, além de auxílio na mudança de casa. A empresa afirma ter pago 3,93 bilhões de reais (US$ 790 milhões) em compensações e ajuda financeira a mais de 18 mil pessoas.
O tribunal decidirá primeiro sobre a responsabilidade e depois sobre a indenização, caso decida contra a Braskem. Em 2022, o tribunal de Roterdã decidiu ter jurisdição no caso, argumentando que sua controladora Braskem SA e as subsidiárias na Holanda estavam “inextricavelmente ligadas”.