Lula critica Conselho de Segurança da ONU em reunião com líderes do Brics
Em uma reunião com os líderes do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo brasileiro quer se juntar aos esforços por uma paz "justa e duradoura", que acabe com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Ele criticou o Conselho de Segurança da ONU que, em sua opinião, tem limitações para resolver a questão.
— Todos sofrem com as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis sofrem ainda mais. A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança da ONU. Não podemos nos furtar a tratar o principal conflito da atualidade — afirmou. — O Brasil tem uma posição importante sobre a soberania dos países e não ficamos indiferentes as mortes. Queremos nos juntar aos esforços por uma paz justa e duradoura. A busca pela paz é um dever coletivo e um imperativo para um desenvolvimento justo e sustentável.
As limitações do Conselho de Segurança da ONU, segundo Lula, atingem populações mais vulneráveis. Não apenas ucranianos, que tiveram seu território invadido pela Rússia há mais de um ano, mas outros povos em situação de risco.
— A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Muitos outros conflitos e crises não recebem a atenção devida, mesmo causando vasto sofrimento para suas populações. Haitianos, Iemenitas, Sírios, Líbios, Sudaneses e Palestinos, todos merecem viver em paz.
Dois países que integram o Brics —Rússia e China — têm status de membros permanentes do Conselho de Segurança, com direito a veto. Brasil, Índia e África do Sul, os demais integrantes do bloco, defendem a ampliação do órgão e são candidatos a vagas permanentes. Segundo ele, o Brics se consolidou como um fórum para a discussão dos principais temas que afetam a paz e a segurança mundiais. Ele ressaltou que a guerra na Ucrânia tem efeitos globais. Lula afirmou que o Brasil tem uma posição histórica de defesa e da soberania da integridade territorial. Ele reafirmou que considera positivo que um número crescente de países estejam engajados, em contato direto com Moscou ou com Kiev.
— Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco, podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia — disse Lula aos integrantes do Brics, incluindo o chanceler russo Sergey Lavrov.
— É inaceitável que os gastos militares globais ultrapassem trilhões de dólares, enquanto milhões de pessoas passam fome no mundo. A busca pela paz é um dever coletivo e um imperativo para um desenvolvimento justo e sustentável. O Brics deve atuar como uma força pelo entendimento e cooperação pelo fim dos conflitos no mundo — completou.
Fonte: Portal O Globo (www.oglobo.globo.com)