Consumo de cerveja sem álcool dispara no Brasil e pode chegar a 500 milhões de litros produzidos em 2023
As vendas de cervejas sem álcool ou com baixo teor alcóolico devem ultrapassar o volume de 480 milhões de litros no Brasil em 2023, representando um crescimento de 24% com relação ao ano passado. Segundo dados da Euromonitor Internacional, os números no Brasil e no mundo mostram que a categoria está ganhando cada vez mais relevância no mercado cervejeiro.
A Euromonitor International é uma empresa que pesquisa mercados globais e fornece análises de inteligência estratégica sobre setores, empresas, economias e consumidores do mundo todo.
Com base nesses dados, o g1 conversou com Márcio Maciel, presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), e com Gustavo Castro, diretor de inovação da Ambev.
Tecnologia e oferta de novos produtos
A tecnologia por trás da produção de cervejas sem álcool permite, cada vez mais, que o sabor entre uma cerveja comum e uma sem adição de álcool seja parecido. Márcio Maciel e Gustavo Castro explicam que o processo de fabricação das cervejas é o mesmo e que, ao final, é adicionada uma nova etapa para a retirada do álcool do líquido. Segundo os especialistas, a inovação por trás da técnica permite que o consumidor tenha acesso a um produto muito melhor que há alguns anos.
Entendendo que o consumo de cerveja sem álcool ou com baixo teor alcoólico é uma tendência sólida e em ascendência, ambos apostam que vale o investimento em novas opções ao consumidor.
De acordo com a Euromonitor Internacional, as vendas de cervejas com baixo ou nenhum teor alcóolico superaram o volume de 6,5 bilhões de litros no mundo no último ano.
"O nicho do setor praticamente triplicou nos últimos quatro/cinco anos, é uma coisa que está reforçando a qualidade que o produto tem. É muito parecido, é uma tecnologia muito bem-vinda e combina com o novo momento que estamos vivendo de mundo, cada vez mais as pessoas tem a consciência da necessidade da moderação", diz o presidente executivo do Sindicerv. A cerveja é a bebida alcóolica com a menor graduação alcóolica, composta com mais de 90% de água. A categoria low alcohol corresponde ao teor de álcool abaixo de 4%, normalmente encontrada no mercado com 3,5% de álcool.
O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos. Apesar disso, analisa Maciel, o país é o 21º em consumo — o que mostra que o consumo per capita é relativa baixo quando comparado com outros países.
Convite à moderação
Presidente de Inovação da Ambev, Gustavo Castro acredita que a combinação de demanda do consumidor com a qualidade de oferta que as empresas de cerveja estão conseguindo oferecer no mercado seja a composição para que o número de adeptos de cervejas sem álcool seja cada vez maior.
Ele comenta que dentro da mudança de comportamento dos consumidores, estão a busca por opções menos alcóolicas, mais saudáveis, sem glúten, com menos carboidratos ou com menos calorias, por exemplo. Mas isso, sem perder qualidade e sabor. "A gente vem percebendo uma tendência crescendo de opções de uma vida mais equilibrada. Não é sobre restrição, mas como fazer de uma forma mais equilibrada possível", avalia.
Fonte: Portal G1 (www.g1.globo.com)