Centro-direita vence eleições na Espanha, mas sem maioria absoluta
Não houve maioria absoluta para nenhum partido nas eleições de domingo (23) na Espanha. As perspectivas para a construção de coalizões agora permanecem incertas.
O Partido Popular (PP), de centro-direita, conquista 136 cadeiras, enquanto o Vox, de extrema-direita, deve conseguir 33.
Enquanto isso, o Partido Socialista, de centro-esquerda, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, conseguiu conquistar 122 assentos, com ajuda dos parceiros de coalizão Sumar em 31 assentos.
Para governar, um partido ou coalizão deve obter uma maioria de trabalho de 176 assentos na legislatura de 350 assentos. Há também uma série de pequenos partidos regionais prestes a ganhar assentos. Vários deles apoiaram o governo de coalizão do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez antes desta eleição, e é improvável que eles unam forças com o PP de direita e o Vox.
Convocar a votação para este domingo foi uma aposta política do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, depois de o seu partido socialista ter sofrido grandes reveses nas eleições regionais e locais de maio.
O PP fez grandes avanços naquele mês, em meio a uma virada para a direita na política europeia em todo o continente. No entanto, a contagem de votos deste domingo não oferece um caminho fácil para a formação de uma coalizão de direita.
O líder do PP, Alberto Nunez Feijoo, disse estar “muito orgulhoso” durante um discurso na sede do partido, elogiando o facto de a percentagem de votos do seu partido ter aumentado de 21% para 33%.
Próximos passos
Agora, pode levar semanas até que o caminho do país se torne claro, com negociações e reuniões interpartidárias ainda por vir, enquanto os partidos disputam a formação de um governo.
Os candidatos dos partidos com mais votos, Feijóo e Sánchez, precisam, a partir de agora, buscar acordos com outros sete partidos que conquistaram entre um e sete deputados cada, para conseguirem então a “maioria absoluta”.
Vale lembrar que esse cenário de incerteza política não é novo na Espanha. Em 2016, foram 10 meses sem nenhum acordo político firmado nas eleições sequenciais, sem conseguir formar um governo. Após esse tempo, Sánchez acabou conseguindo apoio de partidos minoritários.
Andrés Villena, professor da Universidade Complutense de Madri, disse à CNN antes da votação que, ao convocar a eleição, Sánchez fez “uma jogada de xadrez complexa” e pode ter pretendido enganar Feijóo, um antigo presidente regional no noroeste da Espanha que só está no comando do partido nacional desde abril de 2022 e não foi testado em uma eleição nacional.
Durante seu tempo no governo, Sánchez impulsionou uma agenda progressista, incluindo políticas sobre os direitos das mulheres e uma lei de eutanásia. Essas reformas ganharam votos nas áreas urbanas, mas o ritmo da mudança também causou rejeição em outras partes do país.
Fonte: Portal CNN (www.cnn.com.br)