Preço da carne recua pelo sexto mês consecutivo e acumula queda de 5,8% em 2023

12 de julho de 2023 às 06:58
Economia

Foto: Reprodução Internet

Pelo sexto mês consecutivo, o preço da carne bovina registrou queda. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado nesta terça-feira (11), o recuo em junho foi de 2,10%, contribuindo entre os alimentos para a deflação de 0,08% no mês.

Todos os cortes bovinos que fazem parte do índice da inflação oficial tiverem redução no mês e acumulam queda de 5,89% neste ano e de 6,73% em 12 meses. Enquanto o IPCA acumula alta de 2,87% no ano e de 3,16% nos últimos 12 meses. A alcatra (-8,09%), o filé-mignon (-8,02%), o contrafilé (-7,92%) e a picanha (-6,52%) acumulam os maiores recuos nos primeiros seis meses deste ano.

A queda do preço de cada corte

No acumulado de 2023, em %:

  • carnes em geral: -5,89
  • fígado: -6,51
  • cupim: -2,05
  • contrafilé: -7,92
  • filé-mignon: -8,02
  • coxão mole: -5,16
  • alcatra: -8,09
  • patinho: -5,10
  • lagarto redondo: -4,76
  • lagarto comum: -5,37
  • músculo: -4,28
  • pá: -7,37
  • acém: -6,16
  • peito: -5,63
  • capa de filé: -5,43
  • costela: -5,33
  • picanha: -6,52

O economista Matheus Peçanha, do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), explica que a redução no custo dos produtores acabou se reflentido no bolso do consumidor. E o cenário puxou para baixo projeções de inflação.

"De 2020 até metade do ano passado, esse custo estava jogando contra, estava encarecendo muito por conta da entrada de várias cadeias globais, com o preço de várias commodities agrícolas em alta. Isso levava a um efeito dominó nos preços dos produtos ao consumidor na gôndola", afirma Peçanha. Agora o que está ocorrendo é o inverso. Segundo o economista, desde o segundo semestre do ano passado esses custos caíram, principalmente o preço da soja e do milho, que são os principais componentes da ração para o gado. O evento climático do El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, pode ajudar neste ano a manter a redução dos custos de soja e milho. Segundo Peçanha, os efeitos desse fenômeno climático, geralmente, aumentam a produtividade no Centro-Oeste do país. A previsão é que isso ocorra, provavelmente, no último trimestre deste ano.

"Ou seja, a gente deve ter uma estabilidade do preço da carne até o fim do ano, e, se o El Niño trouxer uma produtividade maior, pode haver uma segunda rodada de queda. Mas isso vai depender da magnitude, se vai reverter em ganho de produtividade como normalmente reverte. Então tem muitos 'ses', mas é um evento que está no calendário para ver o que acontece", avalia Peçanha.

Fonte: Portal R7 (www.r7.com)