Prefeita do PT vira alvo de polêmica após gastar R$ 818 mil em arroz orgânico de cooperativa ligada ao MST
Por redação com o Globo
Sob comando de Margarida Salomão (PT), a Prefeitura de Juiz de Fora se tornou alvo de críticas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por um contrato fechado no mês de maio com uma cooperativa ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A gestão da petista assinou um documento com a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região Porto Alegre Ltda (Cootap) pelo fornecimento de 19 mil quilos de arroz orgânico para a merenda escolar da cidade. Cada pacote de 5kg saiu no preço unitário de R$ 43,06. As informações são do Portal da Transparência.
O caso gerou grande repercussão no município com um vídeo do ex-candidato a deputado estadual Isauro Calais (PL). Na gravação, ele traz pacotes do alimento e os preços das mercearias locais:
"Isso é um verdadeiro absurdo. Aqui em Juiz de Fora você encontra arroz com preço infinitamente mais barato", diz.
Diante das críticas, a Prefeitura de Juiz de Fora se manifestou sobre o caso. A secretária de Agricultura e Abastecimento, Fabiola Paulino da Silva, afirmou não haver qualquer irregularidade na compra:
"Primeiro, o recurso é oriundo do governo federal, esse recurso é destinado para que no mínimo 30% seja de compra da Agricultura Familiar. A lei determina a prioridade de compra dos assentamentos da reforma agrária e a prioridade da compra de produtos orgânicos. Então, se vocês verificarem na internet hoje a prefeitura compra 5 kg de arroz orgânico pelo valor equivalente a 1 kg de arroz orgânico", disse a secretária.
Em nota, a gestão afirmou que a compra está dentro dos parâmetros legais, que determinam a priorização da agricultura familiar e de produtos orgânicos. "A compra se trata de arroz orgânico, e por isso não faz qualquer sentido comparar preços do arroz orgânico com arroz branco, vendido em supermercado", diz trecho do pronunciamento.