Voto para presidente fez 17% dos brasileiros cortarem relações pessoais em 2022, aponta pesquisa
Por redação com o Globo
Quase um quinto dos brasileiros (17%) relata ter cortado relação com parentes ou amigos que votaram no adversário de seus candidatos para presidente no segundo turno em 2022, indica uma nova pesquisa da Genial/Quaest.
O levantamento, que entrevistou 2.029 pessoas em 12 municípios no país, mediu o impacto da polarização eleitoral do país no plano pessoal dos eleitores. Mais de dois terços dos entrevistados (67%) disseram considerar que o país está mesmo mais dividido neste momento.
Na pesquisa, que foi feita com brasileiros maiores de 16 anos entre 15 e 18 de junho, 22% dos eleitores de Lula relataram ter rompido relações por causa da eleição, uma taxa ligeiramente superior aos de Bolsonaro (18%), mas em empate técnico. (A margem de erro da pesquisa foi de 2,2% para mais ou para menos).
Um sintoma do aprofundamento da divisão do eleitorado detectado pela pesquisa é que quase um terço das pessoas (31%) que relataram ter cortado contato com pessoas por causa de política afirma que essas amizades não poderão ser reatadas. Três quintos desse grupo (75%) afirmam que não estão arrependidos de romper relações.
O levantamento Genial/Quaest também detectou a existência de um grupo que teme passar por situações tensas por conta da polarização eleitoral. Uma parcela de 16% da população diz ter medo de falar de política no trabalho, e 6% afirmam temer revelar em quem votou.
O único dado da pesquisa que mostra alguma propensão das pessoas a distensionar a divisão do eleitorado é que a maioria das pessoas disse preferir não viver em bolhas ideológicas. Quando questionadas se preferem um ambiente de trabalho ou escola que tenham votado no mesmo candidato ou que incluam eleitores de ambos os candidatos, 77% disseram preferir um ambiente com pessoas "dois dois lados/tudo misturado".
A pesquisa também perguntou se os entrevistados "aceitam o voto" de quem escolheu o candidato adversário, e 85% disseram que sim. O recorte do levantamento por eleitor não indicou diferença significativa entre que optou por Lula ou Bolsonaro.