Polícia Federal desarticula 10 garimpos ilegais no Amazonas e aplica multa de R$ 4,5 milhões
A Polícia Federal desarticulou dez garimpos ilegais na Floresta Nacional de Urupadi, no município amazonense de Maués, e aplicou multa no valor de R$ 4,5 milhões. A operação durou 17 dias e contou com a participação da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Foram apreendidos 13 escavadeiras hidráulicas, um trator-esteira, seis motocicletas, três quadriciclos, 61 barracos, 16 motores geradores, 20 motores-bombas, sete dragas, além de nove armas de fogo e demais objetos utilizados na atividade ilegal, como embarcações e mercúrio. De acordo com comunicado divulgado nesta sexta-feira (9), a operação teve início no dia 18 de junho. Foram destruídos dez garimpos ilegais, localizados em terra e em rio. A PF batizou a ação de Aurum, que faz referência ao principal mineral retirado dos garimos amazonenses, o ouro.
Garimpo sobe na Amazônia
A mineração ilegal em terras indígenas da Amazônia Legal aumentou 1.217% nos últimos 35 anos. De 1985 para 2020, a área atingida pela atividade garimpeira passou de 7,45 quilômetros quadrados (km²) para 102,16 km². Os resultados do trabalho foram publicados na revista Remote Sensing.
De acordo com um estudo elaborado por pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos, quase todo o garimpo ilegal (95%) fica em apenas três terras indígenas: a Kayapó, a Munduruku e a Yanomami.
A pesquisa destaca que, em terras indígenas da Amazônia Legal, os garimpeiros buscam ouro (99,5%) e estanho (0,5%). A exploração se dá mais fortemente no território dos kayapós, que também convivem com o avanço de madeireiros e da siderurgia. Nesse caso, estima-se que, em 2020, a área ocupada pelos garimpeiros era de 77,1 km², quase 1.000% a mais que o registrado em 1985 — 7,2 km².
Fonte: Portal R7 (www.r7.com)