Autor de vídeo revela que homem ficou cerca de 3 horas amarrado pela PM em SP

O homem que teve seus pés e mãos amarrados por policiais militares de São Paulo teria passado cerca de 3 horas nessa condição, segundo relatou ao GLOBO o autor da filmagem que denunciou o caso. Segundo ele, que estava na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Vila Mariana na madrugada de segunda-feira, o homem estava gritando de dor e só foi desamarrado ao ser chamado para depor na delegacia. Em nota, a PM lamentou o episódio e afirmou ter aberto um inquérito para apurar o caso. Os seis policiais envolvidos na ocorrência foram afastados.

O autor do vídeo, que prefere não se identificar, disse também ter sido intimidado pelos policiais militares por conta da gravação e levado para depor na delegacia:

— O policial não gosta (da filmagem) e já vem e pergunta o meu nome, pede o meu RG. Ele fica me perguntando se sou formado em Segurança Pública, já que estaria ensinando ele a trabalhar — diz o homem de 32 anos, que estava na UPA acompanhando uma pessoa. — Ele faz uma ligação e me intimida, diz que é para eu ir à delegacia como testemunha. 'Você vai por bem ou por mal', ele falou. O autor do vídeo, que prefere não se identificar, disse também ter sido intimidado pelos policiais militares por conta da gravação e levado para depor na delegacia:

O autor do vídeo relata ter ido junto com os policiais a delegacia, e que o homem, suspeito de furto em um mercado, foi levado amarrado dentro da viatura. Ele teria tido as mãos e pés soltos apenas por volta das 3 horas, quando foi prestar depoimento.

— Furtou apenas duas caixas de bombom e foi tratado que nem um animal. Nem animal a gente trata assim. Esse tipo de coisa não pode acontecer — diz o homem, que descreve o caso como uma "barbaridade".

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública disse que o autor da gravação foi "convidado a comparecer à delegacia para apresentar o vídeo e testemunhar sobre a ação". O órgão, assim como a PM, não confirmou o tempo que o suspeito teria passado amarrado.

Fonte: Portal O Globo (www.oglobo.globo.com)