Após discussão com vizinhos, PM sofre perseguição e descobre plano para matá-lo

05 de junho de 2023 às 15:10
Influência política

Foto: Reprodução/Farol Notícias

Por redação 

O Policial Militar Durval Dias Neto revelou sofrer perseguição política após ter se desentendido com um vizinho, no município de Palmeira dos Índios. Durante entrevista ao jornalista Berg Morais, no programa Farol Notícias de sexta-feita (2), ele afirmou que descobriu um plano para matá-lo. A rixa foi iniciada há sete anos por conta de uma calha. 

“Eu já tentei de todas as formas resolver esse problema. Tudo que foi solicitado por ele, eu fiz. Mas chegou ao onde dele procurar ajuda política. Eu tenho tudo isso registrado por testemunhas, foi tudo documentado e feito um inquérito para apurar pelas questões de perseguição e ameaça”, destacou Neto. 

De acordo com o PM, a influência política fez com que ele fosse transferido do Batalhão de Palmeira dos Índios para Maceió por diversas vezes num curto intervalo de tempo. “Isso é algo muito incomum na Polícia Militar: ser transferido cinco vezes, em cinco meses”, destacou ao garantir que, em nenhum momento agrediu ou insultou qualquer vizinho.

A problema de ordem pessoal e a influência política na PM fizeram com que Durval Neto tivesse problemas psicológicos, o que resultou em seu afastamento das atividades profissionais. “Busquei ajuda de psiquiatras, e foi constatado que estou com ansiedade e síndrome do pânico. Amigos policiais sempre perguntam como estou e dizem que se sentem mal com a situação. Minha mãe, que sofre de depressão, não pode ver uma viatura na frente da minha casa que fica assustada”, revelou. 

Omissão do comando-geral

Durval Neto explicou que em nenhum momento foi procurado pela alta cúpula da Polícia Militar para falar sobre o assunto ou parar ter explicações sobre o que teria motivado suas recorrentes transferências. 

“Ninguém justifica essas transferências. Eu fui um excelente profissional e não preciso nem falar, pois eu tenho as ocorrências. Na verdade, hoje eu não sinto mais vontade nenhuma de trabalhar por que eu me sinto traído, me sinto só, onde o órgão que eu dei meu sangue, a minha vida, e vejo que a instituição virou as costas para mim. Simplesmente por questões políticas eu estou sendo perseguido e prejudicado”, desabafou. 

Testemunha revela plano de morte

Quando questionado sobre um suposto plano para matá-lo, Durval Neto explicou que uma testemunha presenciou o momento em que familiares dos vizinhos em questão “já tinham quem fizesse [a execução].

“Eu tenho uma testemunha onde eles [os vizinhos] foram na residência desse testemunha pedir ajuda ao esposo dessa pessoa, tanto para a transferência, como disseram que eu era um bandido, disseram que eu extorquia comerciantes, que eu invadia residências, que eu roubava e que meu pai - um militar da reserva - estava envolvido. E isso não está só no B.O, tem um inquérito policial sobre a situação […] A esposa do meu vizinho fala que, se eu me meter a besta eles já sabem o que fazer e tem quem faça [a execução]. Então, para bom entendedor, fica bem claro o que eles têm em mente”, revelou. 

Prefeito seria responsável por interferência política

Logo após o fim da entrevista de Durval Neto, moradores de Palmeira dos Índios entraram em contato com a redação do Portal AL102 para informar que o prefeito do município, Júlio Cézar, seria supostamente o responsável pela interferência política no caso em questão. Os informantes optaram em ter as identidades preservadas por temerem represálias. 

A reportagem tentou contato com as assessorias de comunicação da Polícia Militar e da secretária estadual de Segurança Pública para falar sobre o caso. No entanto, até o fechamento da matéria não teve retorno.