Integrante do Movimento de Vítimas da Braskem acusa IMA de favorecer mineradora em estudo de impacto ambiental: 'tendencioso'

08 de maio de 2023 às 16:48
Meio ambiente

Foto: Reprodução

Por redação

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) foi acusado, na última semana, por atuar de forma favorável a ações contra o meio ambiente no estado, como favorecer a Braskem em estudo de impacto ambiental em Maceió e "silenciar" sobre operação de desmatamento no município de Porto de Pedras.

O primeiro caso foi levantado pelo jornalista Alexandre Sampaio, integrante do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), que acusou o Instituto de beneficiar a Braskem nos estudos de impacto ambiental apresentados pelo IMA na última quarta-feira (03), na Casa da Indústria.

De acordo com o jornalista, que chamou o estudo de "descolado da realidade" e "com falhas gravíssimas", o estudo também não foi transparente.

 “Foi pouco transparente porque não disponibilizou todos os documentos com antecedência legal de 45 dias. Foram menos de 20 dias após a marcação da audiência e somente na quinta-feira da semana passada conseguimos os documentos de mais de 400 páginas, depois de acionar a lei de acesso à informação”, disse, elaborando ao acusar o instituto de desconsidera os riscos de dolinamento ou afundamento repentino do solo provocado por desmoronamento das minas.

Além da acusação do MUVB, moradores de Porto de Pedras também denunciaram o instituto nas redes sociais, acusando o IMA de "silenciar" sobre um desmatamento que estaria sendo realizado no topo de um morro ao lado do Farol do município.

Os moradores alegam que uma área de preservação ambiental na região estaria sendo devastada para a construção de empreendimentos.

O responsável pelas obras na região, o empresário Henrique Vital, alegou que a região em si não é área de preservação e que obteve autorização do IMA para realizar as obras.

“Limpei aquela área porque não era vegetação nativa, era mato pequeno. Então, não é Área de Proteção. Seria se fosse nativa. Na verdade, eu faço isso periodicamente, limpar a área. E, se você observar, em vários morros estão sendo construídos empreendimentos em toda a rota ecológica, não sou só eu. Então, não é Área de Proteção”, diz.

Apesar disso, moradores da região afirmam que o local era da mata densa e preservada. “Isso aqui foi minha infância. Era mata fechada e ninguém chegava aqui com essa facilidade", disse um dos moradores.